O cérebro classifica um rótulo com preço mais elevado como sendo de melhor qualidade.
A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Bonn e da INSEAD Business School, na Alemanha, que anunciaram ter encontrado novas evidências de como partes do nosso cérebro tentam «enganar-nos» para pensar que um preço mais alto significa maior qualidade.
Para chegar a este resultado os cientistas forneceram o mesmo vinho a 12 voluntários, mostrando-lhes os seguintes preços: três euros, seis euros e depois 18 euros. Durante a degustação, a atividade cerebral dos participantes foi monitorada por um tomógrafo de spin nuclear e verificou-se que a indicação dos preços influenciou, e muito, os resultados do estudo.
Cada um dos participantes recebeu um mililitro de vinho através de tubos diretamente nas suas bocas e, “como já esperávamos, os voluntários declararam que o vinho com o preço mais alto era melhor do que aquele que achavam ser o mais barato”, disse o professor Hilke Plassmann, da INSEAD Business School.
Não ficou claro até que ponto as pessoas podiam treinar as suas papilas gustativas para reduzir o efeito dos impulsos cerebrais com base no preço. Mas o que o cientista tenta desvendar é se é possível treinar o sistema de recompensas no cérebro, para torná-lo menos recetivo a esses efeitos de marketing de placebo.
Enólogos e escanções, por exemplo, submetem-se a ‘treinos’ para identificar muitos elementos técnicos diferentes num e pesquisas anteriores descobriram que estas categorias de profissionais desenvolveram uma área sensorial e de memória mais espessa nos seus cérebros em comparação com a generalidade dos consumidores. O que leva os pesquisadores a crer que o ‘treino’ realmente permite mais sobriedade nas perceções do palato, ainda que não esteja provado.