//Veneza quer limitar venda de kebab e ‘fast food’

Veneza quer limitar venda de kebab e ‘fast food’

Com cerca de 60 mil visitantes por dia, a turística cidade italiana pretende, com esta medida, preservar a identidade local e promover as tradições e gastronomia locais da região.

A lei, que foi aprovada no início de maio, aplica-se aos novos estabelecimentos de kebab (comida turca) e alimentação ‘fast food’. Ou seja, os que já existem poderão continuar a funcionar mas a concessão de novas licenças acontecerá sob condições especiais.

“A lei não é contra a comida rápida, mas a favor da manutenção do património cultural de Veneza”, declarou a conselheira de Turismo de Veneza, Paola Mar.

Mas Veneza não é a primeira cidade turística em Itália a tentar travar a descaracterização da culinária local. Verona proibiu no ano passado a abertura de estabelecimentos de fast food para levar, e Florença aprovou uma regra que determina que os menus dos restaurantes do centro histórico devem ser compostos por um mínimo de 70% de comida local.

As medidas agora anunciadas fazem parte de uma série de iniciativas com o objetivo de reorganizar o turismo em Veneza, uma cidade que recebe 60 mil visitantes por dia, mais do que os 55 mil moradores. Entre essas medidas está a proibição de consumir alimentos fora das mesas dos restaurantes na Praça São Marcos e as multas a quem alimentar os pombos.

Revelando que está prevista a criação de áreas específicas para piquenique, com o objetivo de evitar que os turistas comam em zonas próximas dos monumentos turísticos, Paola Mar acrescentou que “ do ponto de vista da gastronomia a nossa cidade é famosa por suas comida, e os visitantes estão interessados nos nossos produtos e na identidade local”, justificou a conselheira.

A elevada afluência turística que se verifica nos últimos anos em Veneza levou os habitantes da cidade a manifestarem-se com cartazes com a mensagem: “Os turistas que vão embora! Estão a destruir a cidade”.
As autoridades locais têm tomado medidas para tornar a cidade mais «habitável», incluindo aumentar o valor vaporetto popular (táxi aquático), em mais 6 € do que os moradores locais para um passeio.