Nos últimos três anos as vendas de Alvarinho cresceram 32% com a CRVV a atribuir este resultado ao acordo que alargou a produção.
Em 2015 foi estabelecido um acordo que permitiu alargar a produção de Alvarinho para fora das fronteiras dos concelhos de Monção e Melgaço, que até então tinham o exclusivo.
O assunto gerou polémica, mas “Curiosamente, a polémica que se gerou na altura acabou por ser muito favorável ao desenvolvimento do negócio e o Alvarinho acabou por ser o grande ganhador a nível comercial com esta alteração da lei. É um resultado muito bom”, referiu à Lusa o presidente da Comissão de Viticultura da Região do Vinho Verde (CVRVV).
Manuel Pinheiro fez o balanço deste período pós ‘Acordo do Alvarinho’ que permitiu a produtores de vinho verde de outras regiões plantar e produzir vinho daquela casta.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a CVRVV informa que, desde 2015, o Alvarinho/Trajadura cresceu 17%, apresentando uma produção de 3,3 milhões de litros por ano, enquanto o até então “proibido” Alvarinho/Loureiro registou uma produção superior a 990 mil litros anuais.
Na informação distribuída o presidente da CRVV considera o aumento de 32% de vendas “um número surpreendente”, destacando as “alterações que se fizeram no Alvarinho” como fatores que “acabaram por potenciar o negócio” e o “aumento de 5% das vendas do vinho verde”.
Acreditando haver “margem para aumentar a produção”, lembrou os “temores de 2015” de que acordo “levasse os produtores de Monção e Melgaço a abandonar as vinhas” para vincar ser “o contrário o que está a acontecer”.
“Está a haver um grande investimento em novas vinhas. Uma adega de Monção, há cerca de três semanas, anunciou investimento em mais de 30 hectares de vinhas de sócios e há empresas a procurar terrenos para comprar em Monção e Melgaço, portanto há espaço para aumentar a produção”, argumentou.
Em 2017 a produção “já foi um bocadinho superior à dos anos anteriores”, sublinhou Manuel Pinheiro, dando conta da “surpresa pela positiva” pelos números apresentados.