Seis multinacionais querem promover dietas mais saudáveis através de um esquema evoluído de rotulagem nutricional com recurso a cores.
A The Coca-Cola Company, a Mars, a Mondelez, a Nestlé, a PepsiCo e a Unilever distribuíram um comunicado através do qual afirma estar “empenhadas em contribuírem para a promoção de dietas mais saudáveis e estilos de vida mais equilibrados, procurando assim ajudar a resolver as questões relacionadas com a obesidade e com outras doenças não transmissíveis”.
Para o efeito, consideram que uma rotulagem nutricional destacada na embalagem “pode desempenhar um papel importante no sentido de informar os consumidores sobre os teores de nutrientes e o valor energético global dos alimentos que ingerem, permitindo-lhes assim fazerem escolhas mais saudáveis e alimentarem-se de forma mais consciente”.
O grupo de empresas admite a importância “de os consumidores disporem de um sistema de rotulagem nutricional com significado, coerente e uniforme em toda a Europa, em conformidade com a Regulamentação Europeia. A proliferação de sistemas nacionais prejudicaria a compreensão do consumidor e seria um obstáculo ao mercado único”.
Reconhecendo que “o esquema atual de Doses de Referência (D.R.), que a indústria voluntariamente implementou indo além das disposições mínimas, poderia ainda ser melhorado através da integração de um código de cores, permitindo assim uma interpretação mais fácil”, consideram importante “garantir que um sistema de rotulagem codificado por cores e harmonizado ao nível da UE encoraje a oferta de porções mais pequenas”.
Assim, as empresas signatárias do comunicado informam que criaram um grupo de trabalho, “que estuda a integração de porções no esquema de rotulagem nutricional com o código de cores atualmente existente e já aplicado no Reino Unido e na Irlanda. Os progressos neste domínio serão partilhados com as partes interessadas, assim como com outros intervenientes da indústria alimentar, retalhistas, ONGs e a Comissão Europeia, a fim de recolher os seus comentários e identificar uma solução credível e viável”.
O comunicado apresenta ainda a seguinte declaração de Mike Gibney, Professor de Food and Health na UCD School of Agriculture and Food, Diretor do UCD Institute of Food and Health e Chairman da Food Safety Authority da Irlanda: “Sabemos que o controle de porções é um elemento fundamental nas estratégias de gestão de peso, pelo que a rotulagem nutricional por porção faz todo o sentido. A ausência de porções padronizadas na UE não deve impedir-nos de construir um esquema baseado em porções que reflita a forma como se consome atualmente. O estudo “Food4ME” realizado em 2016 e financiado pela UE, mostrou que não obstante a probabilidade de consumo de um alimento e frequência desse consumo variar substancialmente na Europa, as porções que consumimos são muito semelhantes. Por exemplo, uma porção de pizza no Reino Unido é similar a uma porção em Itália.”