Destilação de vinhos para a produção de álcool sanitário poderá minimizar problemas do setor.
Crescem as preocupações dos produtores de vinho em Portugal, com as vendas em queda e a aproximação da época de vindimas que exige disponibilidade financeira para continuar os trabalhos na vinha e garantir as colheitas e o trabalho nas adegas. Mas também porque a diminuição da saída de produtos vai exigir o aumento da capacidade de armazenamento do vinho produzido este ano.
Vários dirigentes e empresários do setor apontam a destilação de vinhos para a produção de álcool sanitário como uma via para pelo menos minimizar o problema.
Na região do Dão, nas empresas em geral ” conheço casos gravíssimos de liquidez e por isso defendo que o Governo tem de recapitalizar as linhas que criou, porque já não dão resposta, já estão esgotadas, como é o caso da linha Capitalizar”, disse à agência Lusa Arlindo Cunha.
O presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão (CVRD) referiu ainda que não sendo o vinho um bem de primeira necessidade, o pouco que vai saindo “é o da gama média/baixa e em bag-in-box” que é, acrescenta, “o que se vende mais nas superfícies comerciais para o consumo no dia-a-dia”.
A destilação deve ser “uma resposta rápida e conjunta da Europa que tem de mostrar que consegue estar unida neste momento de dificuldade para todos, caso contrário é o descrédito total”, afirma o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana.
De acordo com o ‘Jornal Económico’ o Governo prepara medidas excecionais que preveem a flexibilização do apoio à promoção de vinhos em países fora da Organização Comum do Mercado (OCM), “priorizar os pagamentos de apoios à produção de álcool para fins hospitalares e farmacêuticos, no âmbito do apoio à destilação de subprodutos vínicos” e medidas administrativas no âmbito do apoio à promoção do vinho e produtos vínicos no mercado interno.
O PSD questionou o Governo se estão a ser ponderados novos canais de distribuição e um eventual reforço da vantagem comparativa dos vinhos nacionais em mercados externos para ajudar no escoamento dos vinhos nacionais e se está previsto um “apoio extra” à destilação de subprodutos vínicos para produção de álcool para fins hospitalares e farmacêuticos.