Em meados de 2017, Rui Machado criou um grupo de comensais dispostos a divulgar e a opinar sobre os seus magníficos repastos.
O grupo ‘digital’, de ação bem real, foi inspirado num restaurante cujo cozinheiro, de quando em quando, bebia um pouco de produto vínico em excesso e transformava a incerteza da visita a um local mítico da gastronomia num eterno… ‘talvez jantes’.
É Rui Machado quem nos conta um pouco da história desta ‘comunidade’ de gastrónomos que prova que o facebook, dependendo de como e por quem é usado pode, de facto, ser muito útil.
O Grupo ‘Talvez Jantes’, criado no facebook, tornou-se ao longo do tempo, um espaço de partilha de boas experiências em locais populares para um bom petisco ou refeição, privilegiando sempre a relação preço-qualidade-quantidade-atendimento. As avaliações que vão sendo atribuídas têm sido honestas e bem suportadas por registos fotográficos e de alguma prosa descritiva. A publicidade sempre foi excluída, privilegiando-se, exclusivamente, a sugestão bem fundamentada e apoiada, quando possível, em alguma cultura gastronómica. Hoje, passados 4 anos, o grupo tem tido um crescimento sustentado de membros, contando já com perto de 19.000 bons garfos que se apoiam entre si no pedido de sugestões para uma boa refeição em território nacional.
Face à dimensão e interação constante nas publicações, comentários e gostos, a administração do Grupo, no início de 2022 decidiu levar a cabo uma votação para a recomendação dos melhores restaurantes na relação preço qualidade por distrito. O resultado da participação na votação mostra bem a variedade gastronómica e a excelência da nossa restauração nos diversos cantos do País. Ali podemos saber onde reina a boa carne transmontana e açoriana, a boa chanfana beirã, herdada dos tempos das invasões francesas, o bom peixe da costa, e o inigualável leitão da Bairrada. Por outro lado, pode-se procurar pelas melhores iguarias das grandes cidades, muitas vezes trazidas nos movimentos migratórios regionais do interior português.
Não falta também a boa cozinha de autor carregada de sabor, confecionada com produtos locais, que transformam os pratos em autênticas obras de arte. Há igualmente lugar para repastos menos consensuais e capazes de gerar amor ou ódio: a lampreia, as enguias ou as tripas à moda do Porto, e a cozinha de conforto, grande parte dela realizada pelas senhoras rechonchudas e coradas, com muitas horas de fogão e tacho, que dão o cheiro das aldeias aos pratos elaborados por quem apenas tem a ciência da grande mão para a cozinha.
Unidos na preservação da nossa riqueza gastronómica, contamos com os membros deste grupo na comunhão da divulgação das boas iguarias nacionais e da excelência da sua confeção, que convidam a um salutar convívio à mesa, tão esquecido e preterido em tempos de pandemia.
Para lá chegar diretamente: https://www.facebook.com/groups/1934547276576835
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