//Sopa de lagostim (de água doce)

Sopa de lagostim (de água doce)

Uma deliciosa sopa com estes ‘invasores’ dos nossos rios e lagos e albufeiras.

O lagostim de água doce é uma espécie exótica proveniente do sul dos Estados Unidos, introduzida em Portugal através de Espanha, e que rapidamente se espalhou pelas diferentes bacias hidrográficas da Península Ibérica. A sua proliferação causa enormes prejuízos nas culturas devido à sua atividade escavadora, provocando alterações na hidrologia e nos solos, incluindo a perda de água nos arrozais e em reservatórios. Para tentar lutar contra essa autêntica praga que invade as águas do rio e da albufeira de Castelo do Bode, a vila de Ferreira do Zêzere lançou há alguns anos uma iniciativa que tem vindo a repetir-se por alturas da primavera, subordinada ao mote “Se não podemos vencê-los, vamos comê-los!”.

Durante o Festival Gastronómico do Lagostim de Rio, que conta com a adesão de restaurantes da região e a afluência de muitos milhares de apreciadores, são propostos diversos pratos inovadores à base do lagostim, confecionados nas mais diferentes formas, entre as quais esta Sopa de Lagostins do Rio.

RECEITA

Ingredientes
Lagostins; batatas, azeite, alho, cebola, tomate, cenoura, coentros e sal.
Preparação
Cozem-se os lagostins à parte em água e sal. Depois de frios, descascam-se e reservam-se num prato. Faz-se um refogado com azeite, dentes de alho, bastante cebola, muito tomate, cenoura picadinha e um molho de coentros. Quando já está a refogar, acrescenta-se-lhe uma ou duas batatas aos quartos e um pouco do caldo onde se cozeram os lagostins. Deixa-se cozer bem para apurar e retificam-se os temperos. No fim, juntam-se os lombos dos lagostins previamente descascados.

O lagostim do rio em Portugal
O lagostim-vermelho-do-luisiana (Procambarus clarkii) começou a invadir os rios portugueses em 1980 e a razão para este acontecimento está em aquaculturas espanholas de onde alguns exemplares saíram acidentalmente para o território do sul de Portugal.
Com a colonização das bacias dos rios Sado e Tejo, rapidamente se reproduziram, aproveitando as zonas húmidas e com terrenos pantanosos, particularmente nas plantações de arroz. Mas foram avançando e, como se refere acima, também ‘invadiram’ as águas da região de Ferreira do Zêzere.
Reproduzem-se depressa e em grande número, escavam o leito dos rios para se esconder, cavam túneis que podem chegar aos dois metros de profundidade e ataca as plantações de arroz, trazendo danos económicos.
Razão têm, pois, os promotores do evento gastronómico ao declarar: “se não podemos vencê-los, vamos comê-los”.