“As escolas parecem não conseguir monitorizar eficazmente a oferta de alimentos que é feita nos seus bufetes e cantinas”.

Um relatório do Conselho Nacional de Saúde aponta deficiências no controlo dos alimentos dentro dos estabelecimentos de ensino e, na sequência dessa realidade, reforça a recomendação de que “as escolas devem limitar o acesso a alimentos menos saudáveis”.

O alerta, no relatório a que a agência Lusa teve acesso, revela que bufetes, cantinas e máquinas automáticas continuam a oferecer alimentos que deviam ser evitados, com apenas1,3% das escolas portuguesas a controlar, de forma eficaz, o acesso a estes produtos.

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) decidiu reforçar a recomendação para que “o combate à obesidade infantil seja intensificado através de mais medidas de limitação do acesso e publicidade a produtos alimentares não saudáveis, nomeadamente dentro dos estabelecimentos de ensino”.

No relatório “Gerações Mais Saudáveis” do CNS, citando um estudo realizado em 156 escolas públicas e em cinco privadas a nível nacional conclui-se que só 1,3% respeitam os limites propostos, apresentando mesmo o exemplo das máquinas de venda automática nas escolas que “continuam a conter alimentos” que deviam ser limitados e “muitas não são bloqueadas à hora de almoço”.

O documento já divulgado publicamente, refere ainda que “o Estado não desenvolveu nenhuma ação concertada que pudesse reduzir substancialmente a oferta de alimentos ricos em açúcar e gorduras saturadas”, apontando a “ausência de políticas reguladoras de publicidade a produtos alimentares nos meios de comunicação”.

No entanto o CNS recorda alguns projetos positivos de promoção da alimentação saudável, como o regime de fruta escolar, que distribui fruta gratuita pelo menos duas vezes por semana a alunos do 1.º ciclo, embora o relatório assinale que há uma “tendência decrescente” no número de autarquias que tem aderido ao regime da fruta escolar ao longo dos anos.