“Cozinhar é muito mais do que fazer um prato de comida; a cozinha deve ser cerebral e interventiva, por isso esta discussão é fundamental”.
A afirmação é de Paulo Barata, da organização do ‘Simpósio Sangue na Guelra’, a 23 de abril, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa e surge na sequência do ‘Manifesto para o Futuro da Cozinha Portuguesa’, em maio de 2017, envolvendo “diversos cozinheiros, investigadores, ativistas, jornalistas e pensadores” refere a organização.
Ana Músico, co-organizadora do ‘Simpósio Sangue na Guelra’ lembra que o Manifesto 0.0, lançado no ano passado, “é um compromisso para a ação política e pode definir denominadores comuns de uma cozinha que fala muitas línguas e temos que o levar para o terreno e para o plano da eficácia, da concretização. Este desafio é a grande inspiração para esta edição do Simpósio Sangue na Guelra”.
Alex Atala
Apresentado como uma das principais figuras do ativismo gastronómico mundial, o Chefe brasileiro é proprietário do restaurante D.O.M, em São Paulo e fundador do Instituto ATÁ cujo manifesto se inicia com a sugestiva frase: “A relação do homem com o alimento precisa ser revista.”
O objetivo da vinda deste convidado do outro lado do Atlântico é “trazer mais conhecimento e inspiração aos principais agentes da nossa gastronomia, dos profissionais da área aos consumidores e ao público em geral,” refere fonte da organização.
O evento tem início às 9h00, com o pequeno-almoço de boas-vindas, e estende-se até às 18h30, hora em que será apresentado o apoio dos cozinheiros portugueses à campanha AlimentAcção, em parceria com a FAO Portugal e a ACTUAR.
Para abordar o tema ‘Cooktivism’ prevê-se, no debate, para além de Alex Atala, intervenções de Bo Songvisava & Dylan Jones, a dupla do restaurante Bo-Lan (Tailândia), e Douglas McMaster, mentor do restaurante Silo (Inglaterra), onde adopta a filosofia de desperdício zero radical. Ao painel juntam-se ainda Francisco Sarmento, representante da FAO em Portugal (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), Alexandra Forbes, responsável pelo projecto Refettorio Gastromotiva e jornalista especializada, Rita Sá, da Associação Natureza Portugal da WWF e Alfredo Sendim, produtor da Herdade do Freixo do Meio.
Mais informações: http://www.sanguenaguelra.pt/