//Seca e calor obrigam a vindima precoce no Douro
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Seca e calor obrigam a vindima precoce no Douro

Este ano a vindima começou mais cedo no Douro devido à seca e ao calor que se têm verificado.

Este ano antecipamos a colheita das uvas porque não choveu e as videiras estão a sofrer muito ‘stress’ hídrico”, afirmou à agência Lusa José Morais, da Casa dos Lagares, localizada na aldeia de Cheires, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

Segundo o produtor, as uvas estão a amadurecer mal devido às condições climáticas, daí ter-se optado por colher agora, enquanto ainda têm líquido. “Cada dia que passa é um prejuízo”, frisou.

O trabalho iniciou-se com o corte das uvas brancas, daqui a uns dias terá lugar o corte das uvas tintas.

A floração da planta foi boa, havia muitas uvas à nascença, não houve pressão de doenças e, até há cerca de um mês, tudo indicava tratar-se de um bom ano para a produção de vinho, tanto em quantidade como em qualidade.

No entanto, devido ao calor e à falta de água, já que os solos estão secos pela falta de chuva, as uvas pararam de crescer, começaram a desidratar e, segundo José Morais, pela primeira vez assiste-se a ‘morte de videiras’.

Tendo em conta que o Douro não é um território homogéneo, as maiores dificuldades sentem-se nas regiões do Douro Superior e Cima Corgo e menos no Baixo Corgo. Mesmo em Cheires, as vinhas mais afetadas estão nas zonas de baixa altitude e mais quentes, junto às margens dos afluentes do rio Douro.

Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), prevêem-se quebras de 20% na Região Demarcada do Douro de 20%, face à campanha anterior.

Realmente, está a ser muito difícil porque ainda vendemos os vinhos ao mesmo preço. Era preciso subir na escala de valor, ainda mais numa zona, como é o Douro, onde as produções por hectare são baixíssimas”, salientou o produtor.

 

 

Fonte: Lusa