Até maio do próximo ano, para saborear a sardinha da nossa costa, só se for em (lata de) conserva.
A pesca, manutenção a bordo e descarga de sardinha está proibida até ao próximo dia 15 de maio, com o objetivo de “reforçar as medidas de conservação e proteção desta espécie”, como refere documento oficial.
A medida surge na sequência de uma recomendação do Conselho Internacional para a Exploração do Mar de Portugal e Espanha, com o acordo da Comissão Europeia, e resultou num plano de pesca, no qual ficou estabelecido que o limite de capturas, a dividir entre os dois países, deveria ser de 12.028 toneladas durante a época de pesca, dirigida até ao final de setembro.
Claro que podemos sempre optar pela importada, talvez de Marrocos, ou então pela congelada, na sua grande maioria também de águas que não as nossas. Porque, sejamos diretos, é difícil encontrar melhor sardinha do que a que se pesca na nossa costa marítima.
Resta-nos, portanto, a alternativa das latas de sardinha em conserva, embora não a possamos grelhar, como tanto gostam os portugueses. Mas a verdade é que as tradicionais latas, regra geral, acondicionam boa sardinha, da nossa.
Embora praticamente não existam em Portugal, há que contar com a concorrência, nos mercados externos onde estão as nossas, de ‘falsas conservas de sardinha’ da Tailândia, e das conservas ‘tipo sardinha’ América do Sul.
As conservas em Portugal
Antes de mais, recordemos que o processo de conservação não retira nenhuma propriedade nutricional relevante ao peixe pois de acordo com os especialistas, vitaminas, minerais, proteínas e até mesmo os preciosos ácidos gordos ómega-3, a fonte de tantos dos benefícios do peixe, estão lá todos intactos nas latinhas de conservas.
Há até um benefício que não é de desprezar. A cozedura faz com que parte do cálcio presente na espinha da sardinha passe para o músculo.
Tudo indica que a primeira fábrica de conservas de sardinha surgiu em Setúbal, em
novembro de 1880, através de um industrial francês, da Bretanha.
A indústria conserveira foi uma indústria subsidiária da indústria de guerra como se observou durante o período em que decorreu a I Guerra Mundial e sê-lo-ia uma vez mais, poucos anos depois, durante a II Guerra Mundial.
Tudo porque se tratava de um produto alimentar barato, extremamente nutritivo, saboroso, com qualidade, fácil de transportar, com grande prazo de validade. Estas caraterísticas levariam à produção de rações de combate, uma forma de garantir a alimentação, ou até mesmo de salvar a vida aos combatentes.
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