Educação alimentar nos restaurantes? Consumidores e empresários dividem-se nas opiniões. E você, o que acha?

Um compromisso dos empresários da restauração para a redução de sal na confeção das refeições, retirar o sal das mesas (só o colocar se o cliente pedir) e nas ementas colocar as frutas antes dos doces e com preços mais baixos que estes são ideias manifestadas pela bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, no ‘Dia Mundial da Alimentação’, que motivaram diferentes reações dos leitores, como se pode constatar por estes exemplos:

Recordemos que já antes tinha sido proposto que os pacotes de açúcar passem a conter menor quantidade deste adoçante.

“Nem o estado nem os restaurantes devem impedir-me de comer o que quero”; “ Querem modificar os sabores a que estamos habituados”; “Se eu quiser colocar dois ou três pacotes de açúcar no café, a responsabilidade é minha”, são algumas das mensagens de um dos ‘lados’.

Dou outro ‘lado’ como exemplo: “Quando alguns ficam doentes por erros alimentares, pagamos todos através dos impostos”; “Os restaurantes não são o único, mas são um ótimo meio para a educação alimentar”; “Acho bem que tirem os saleiros das mesas e promovam o consumo de frutas e legumes”.

E o que dizem os empresários dos restaurantes?

“Uma prática que na generalidade já há muito executamos. Nunca utilizamos saleiros nas mesas, nem ‘carregamos’ no sal ao cozinhar. Privilegiamos outro tipo de temperos, nomeadamente ervas aromáticas e especiarias saudáveis. No nosso menu entram sempre verdes e produtos que a temporada da horta nos oferece”.

Zé António – ‘Bocados Restaurante’ em Ponte de Lima (http://restaurantebocados.com)

“Não concordo!

Acho que um restaurante é um local de experiências e de comer bem. As pessoas não vão ao restaurante para serem mais saudáveis, ou para levarem com dietas. Se querem reduzir sal, façam-no em casa.

Também depende do restaurante. Se for um restaurante de diárias concordo. Se for um restaurante de um nível mais elevado, é certo que o sabor não é dado pelo sal, mas sim pelo produto”.

José Júlio Vintém – ‘Restaurante Tombalobos’ em Portalegre (http://tombalobos.pt)

“Retirar o sal das mesas, sinceramente, acho que nada resolve pois se o cliente quiser mais sal vai sempre pedir.

Quanto às sobremesas, acho irrelevante a ideia porque os preços são muito idênticos e nas sobremesas de hoje os doces e as frutas não se apresentam ‘tão distantes’. Resumindo, acho bem ensinar os portugueses a comer mas sem os obrigar”.

Fernando Torres – ‘Grupo Torres’ em Braga, Vila Verde, Porto… (https://restaurantestorres.pt)

“Não me parece fácil essa alteração na confecção e menos ainda no meu caso que trabalho muito com mariscos e peixes grelhados e confecionados.

No geral parece-me bem que se tomem medidas de educação, mas a aposta deve ser na escola e até em casa. Sinceramente, não me parece que os clientes da maioria dos restaurantes esteja verdadeiramente preparado para estes objetivos mas eu normalmente concordo com a mudança de hábitos, para melhor, desde que haja uma boa campanha de divulgação da parte da tutela”.

Luís Rebelo – ‘A Casa do Peixe’ em Setúbal (https://www.facebook.com/acasadopeixe)