//Pequenos produtores de vinho em Cascais

Pequenos produtores de vinho em Cascais

A 26, 27 e 28 de abril, os ‘pequenos’ produtores que produzem ‘grandes’ vinhos vão estar no Mercado da Vila.

A VI edição do ‘Mercado do Vinho’ promete mais de três dezenas de produtores, mais de 250 referências para prova e venda e o contacto com quem, realmente, trata das cepas e faz o vinho como quem ‘acarinha’ um filho.

São produtores de norte a sul que ‘dão a cara’ pelo produto que mostram e dão a provar aos consumidores que se desloquem ao Mercado da Vila, local onde ao longo do ano a Câmara de cascais promove eventos que, nalguns casos, podemos mesmo chamar de ‘alternativos’.

Pequenos produtores e grandes descobertas — é com este espírito que deve entrar no Mercado do Vinho ,em Cascais, que vem antecipar a época de calor, em que brancos, rosés e espumantes são o ex-líbris do evento.
E como em todos os mercados deste género pode contar com bancas dedicadas à gastronomia, com petiscos que casam bem com os vinhos, e outras tantas com vendedores de artesanato local.

Horários: Sexta-feira das 18h às 22h; sábado das 12h às 22h; e domingo das 12h às 20h.
Estacionamento: O Mercado da Vila tem parque de estacionamento.

Para além da dedicação que resulta em ‘grandes’ e agradáveis surpresas nos vinhos que apresentam, os ‘pequenos’ produtores também encantam pelas histórias que os caraterizam.

O Pedro Milanos da foto…
É produzido por um dos ‘tais’ pequenos produtores, neste caso do Douro e ‘só’ a justificação do nome atribuído à marca é uma história a não perder. Contada (escrita) pelo produtor que tem vinhas e adega na sua da Quinta Senhora da Graça em Santa Marta de Penaguião.

Porquê Pedro Milanos?
PEDRO MILANOS é o anagrama de ARMINDO LOPES, o autor do poema que estava nos contra rótulos. (Ambos os nomes têm as mesmas letras, só que por ordem diferente)
Por trás de um nome está sempre uma história e esta é a de um homem que viveu sempre apaixonado pela sua região. No fim da década cinquenta, passava na tv um programa sobre as 7 maravilhas do mundo…
Com cerca 8 anos a grandeza de tais obras me deixaram encantado, particularmente as Pirâmides do Egipto e perguntei a meu pai:
– Qual das sete maravilhas é a de Portugal?
– Nenhuma.
– Pois, nós somos um País muito pobre!
– Achas!? Anda daí comigo.
Subimos ao mirante da casa, abriu a janela e disse.
– Que vês rapaz?
– Vejo montes.
– E nos montes o que é que há?
– Vinhas.
– E as vinhas são feitas de quê?
– Videiras e folhas.
– E essas videiras estão onde?
– Na terra.
– E a terra como está segura?
– Bem!?… não sei como.
– Pelos muros de pedra meu filho. Consegues contar todos os que vês?
– Não, eles são tantos.
– Agora imagina, quantos não haverá pelo Douro fora… Todos juntos, são uma obra muito maior que as Pirâmides do Egipto. Passam é despercebidos.
E foram passando, até que um dia em 2001, dez anos depois da morte de meu pai, recebo a notícia pela TV de que o Douro, as suas vinhas, os seus muros passavam a ser Património da Humanidade. Como ele teria adorado ter tido conhecimento disso. Decidi dar o nome de Pedro Milanos ao primeiro vinho feito pelo meu filho Vasco, que é enólogo e neto de Armindo Lopes.