//Palmela ‘vai fazer’ vinho de missa

Palmela ‘vai fazer’ vinho de missa

A comercializar pela congregação Paulista, o vinho será produzido na adega da ‘Quinta do Piloto’, em Palmela.

Na verdade, em Palmela há muito tempo que se faz ‘vinho de missa’. Acontece anualmente no âmbito das Festas das Vindimas, que este ano decorrem naquela vila de 29 de agosto a 3 de setembro, quando no domingo de manhã se faz a pisa da uva e bênção do primeiro mosto, com o qual aquela adega produz um vinho que será usado nas missas ao longo do ano.

Agora, a Quinta do Piloto vai produzir um ‘vinho de missa’ de uvas provenientes da Quinta Rainha dos Apóstolos, no concelho de Loures, propriedade da congregação Paulista, responsável, na igreja católica, pela comunicação, incluindo edições em papel.

De acordo com a revista ‘Grandes Escolhas’ tudo começou quando o padre José Carlos, foi desafiado por António Cláudio, especialista em viticultura, e Filipe Sevinate Pinto, enólogo, a plantar vinha na quinta, o que aconteceu, curiosamente, no dia 13 de maio de 2014.

E agora preparam-se para lançar no mercado dois vinhos tranquilos (tinto e branco) e um vinho licoroso, ‘vinho de missa’, que cumprindo as leis canónicas, já tem autorização do Cardeal Patriarca de Lisboa.

À ‘Grandes Escolhas’ Filipe Sevinate Pinto adiantou que a designação “vinho de missa é um bocado genérica e simples; é um vinho puro, sem aditivos, que normalmente se faz como um licoroso, para não se estragar”. Não leva, portanto, qualquer aditivo salvo aguardente: nem sulfuroso, corretores de acidez ou de outros, etc.” Este é o primeiro vinho de missa feito por uma congregação, refere a revista.

Filipe Cardoso, administrador da Quinta do Piloto disse ao ‘Jornal dos Sabores’ que a escolha da sua adega se justifica, por um lado pela amizade com o enólogo Filipe Sevinate Pinto, que será o responsável pela produção. E por outro, com a experiência que a adega palmelense tem na produção do vinho de missa das Festas das Vindimas, como acima se refere.

Para o empresário, “este convite para nos associarmos aos Paulistas deixa-nos muito orgulhosos, tanto mais que se trata de um vinho denominado vinho de missa e que será comercializado num circuito muito restrito”. Filipe Cardoso recorda que “o vinho está desde há dois mil anos associado à igreja e é mencionado inúmeras vezes na Bíblia”.

O primeiro vinho a ir para o mercado será o de 2017, com o vinho de missa a ser disponibilizado exclusivamente nas livrarias da congregação e os vinhos tinto e branco, em outros locais de venda.