Será que afinal, bom, mesmo bom, é aquilo de que gostamos?
Por norma, dizer que um prato, um produto, ou um vinho é ‘bom’, não é mais do que uma expressão designativa de aprovação, ou admiração, meramente pessoal.
Pergunta um dos presentes na mesa: então, é bom?
O ‘provador’ degusta, avalia… e responde: sim, é bom!
– Ótimo, traga para todos.
No entanto, uma parte dos que seguiram a opinião do ‘provador’ reclama: Não gosto disto; disseste que era bom mas afinal…
Não, não se trata de um episódio de ficção. Aconteceu mesmo e durante grande parte daquela ‘jornada gastronómica e vínica’ esse foi o tema de conversa. Afinal, o que é a boa gastronomia e o bom vinho? Não estamos a falar de qualidade, embora esta também possa ter critérios diferenciados de pessoa para pessoa.
Evidentemente que para cada um de nós, o que é bom é aquilo de que gostamos. Porque há quem goste da intensidade de um determinado condimento, que outra pessoa não aprecia ou não suporta mesmo. Porque há quem aprecie um vinho fácil (agradável, sem complexidade) e outros preferem vinhos complexos (com aroma e sabor ricos, intensos e diversos).
Não é, portanto, muito clara a definição de ‘bom’.
Bastante mais fácil parece ser, no entanto, a avaliação de bom, razoável ou mau para definir o serviço de um restaurante. Embora continue a existir a possibilidade de diferentes níveis de avaliação, de acordo com as exigências de cada um, há um conjunto de regras que, a não serem cumpridas, facilmente são interpretadas como ‘um mau serviço’.
E infelizmente são muitos os exemplos, apesar da excelente formação que se faz nas nossas escolas e de uma nova geração (mas diminuta) de empresários que valoriza o trabalho do serviço de sala.
Parece que afinal, bom, mesmo bom, é aquilo de que gostamos.
Quanto ao que os outros gostam só há uma certeza.
É bom, mesmo bom, para eles.
Amilcar Malhó
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