Originário do México, o peru foi o principal alimento dos ingleses quando, nos Estados Unidos, assinalaram o primeiro dia de Ação de Graças.
Os espanhóis foram os europeus que os viram pela primeira vez, quando colonizaram o México. Trouxeram-nos para a Europa no século XVI, um período em que eram servidos gansos, cisnes e pavões, consideradas aves nobres. Mas o peru, para além de ser mais barato, ganha peso mais facilmente sendo, portanto, mais interessante do ponto de vista comercial.
Na Europa começou a fazer sucesso sobretudo quando em 1549, foi oferecido à rainha Catarina de Médicis, em Paris. No banquete foram servidas 100 perus e foi tão apreciado que se tornou o símbolo de alimento das grandes ocasiões.
O filósofo da gastronomia Brillat Savarin (1755-1826) dizia que o peru “é a maior, se não a mais fina, pelo menos a mais saborosa entre as aves domésticas, pois possui a qualidade única de reunir em torno de si todas as classes da sociedade”. Tanto homens do povo como os aristocratas juntavam-se para saborear o peru em comemorações.
Nos Estados Unidos, os índios criavam perus antes da chegada dos colonizadores ingleses que, para comemorar a primeira grande colheita de produtos cultivados, mandaram os indígenas serviram peru. A partir de então, criou-se o hábito de comer esta ave no Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças.
O Dia de Ação de Graças, é celebrado na quarta Quinta-feira de Novembro e é também conhecido como o «Dia do Peru». Neste dia feriado as famílias juntam-se e o prato principal da refeição é, precisamente, o peru assado. Neste dia são consumidos 40 a 45 milhões de perus nos Estados Unidos e o Presidente concede o perdão a duas aves que vão viver para um parque.
Por se tratar de uma ave associada a grandes banquetes e comemorações e também pelo simbolismo que adquiriu nos Estados Unidos numa data tão simbólica como o Dia de Ação de Graças, o peru começou a fazer parte das comemorações natalícias, nomeadamente em Portugal.
No entanto, no nosso País o Capão à Freamunde (recheado) é servido na consoada sobretudo nas regiões do Norte de Portugal, em detrimento do peru que, como se refere, é uma tradição «importada».