Rememorando o ‘Galo Assado’ que salvou o peregrino galego da Forca e que se imortalizou na ‘Lenda do Galo’.
Claro que não estamos a referir-nos ao famoso galo de barro, tradicional do artesanato de Barcelos. Mas é verdade que este delicioso galo assado é inspirado na lenda do galo de Barcelos (ver no final do texto).
Entre 9 e 11 de outubro há mais uma edição do Fim-de-Semana Gastronómico do ‘Galo Assado’, que este ano devido à pandemia COVID19 não terá a sua vertente de concurso. Esta atividade faz parte do Programa Anual dos “7 Prazeres da Gastronomia” promovido pelo Município de Barcelos e conta com a participação de 16 unidades de restauração do concelho.
Para que fique com água na boca, saiba que o Galo assado à moda de Barcelos é temperado no dia anterior com cebola, azeite e vinho verde e posteriormente recheado com uma pasta feita com os miúdos, chouriço e bacon, tudo picado. Vai ao forno numa assadeira de barro com rodelas de cebola, azeite e tomate, já recheado e com batatas, como acompanhamento.
Durante este ‘fim-de-semana gastronómico’ poderá saborear uma ou mais das propostas confecionadas, rememorando o Galo Assado que salvou o peregrino da Forca e que se imortalizou na Lenda do Galo. Mais que uma iguaria, é um cerimonial ligado ao Caminho de Santiago que poderá encontrar num dos restaurantes aderentes:
https://agenda.barcelos.pt/eventos/fim-de-semana-gastronomico-do-galo-assado
Lenda do Galo de Barcelos
Segundo a lenda, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, com o facto de não se ter descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou. nele. Ninguém acreditava que o galego se dirigisse a S. Tiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa, sem que fosse fervoroso devoto do santo que, em Compostela, se venerava, nem de S. Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado que, nesse momento, se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”. Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O juiz correu à forca e viu, com espanto, o pobre homem de corda ao pescoço. Todavia, o nó lasso impedia o estrangulamento. Imediatamente solto foi mandado em paz. Passados anos voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor a S. Tiago e à Virgem.
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