Durante a pandemia de Covid-19 o consumo de vinho no Brasil aumentou.
A pandemia de Covid-19 levou a uma queda das vendas mundiais de vinho, situação que ficou a dever-se em boa parte, ao encerramento de hotéis, restaurantes, bares e eventos turísticos.
Todavia, o Brasil apresentou neste ano de 2020 marcado pela pandemia, dados muito curiosos relativamente ao consumo de vinho: Segundo um estudo de uma plataforma de vendas, com dados de mercado, em média foram consumidos 2,78 litros de vinho per capita, o que representa um aumento de mais de 30%.
Neste país onde não existe uma longa tradição no consumo desta bebida, assinalou-se um forte aumento no consumo, chegando mesmo a afirmar-se que no Brasil “o vinho tornou-se a bebida da pandemia”.
O consumo total foi de 501 milhões de litros, contra 383 milhões no ano anterior, um valor inédito na história. Ao considerar todos os países da América Latina, o Brasil ficou apenas atrás da Argentina. Esta bebida foi ganhando popularidade no país e nunca como em 2020 o vinho foi o argumento mais debatido nas redes sociais, tendo-se tornado numa verdadeira moda. Se o consumo e o interesse aumentaram entre os consumidores habituais, este começou a ser mais procurado também por aqueles que nunca se tinham interessado por ele antes.
Terá a versatilidade desta bebida despertado este aumento? Uma pergunta que poderá ter resposta no total de 83 milhões de consumidores de vinho no Brasil, dos quais 46% bebem vinho pelo menos uma vez por semana, e 53% pelo menos uma vez por mês. Não há dúvidas que o vinho tinto é o preferido dos brasileiros, contando com 55% das escolhas. O vinho branco ocupa o segundo lugar, com 25%. E por fim, o vinho rosé está em terceiro lugar da preferência nacional, com 20% do total.
Preferências e tendências:
No caso do vinho tinto, os da casta Malbec, originária de França, são os que mais agradam ao paladar dos brasileiros. Seguem a Cabernet Sauvignon e a Merlot.
Relativamente às preferências para os vinhos brancos, a escolha recai maioritariamente sobre a casta Chardonnay, a famosa “rainha das uvas brancas”. A Sauvignon Blanc ocupa o segundo lugar nas preferências dos brasileiros, e a Moscato, segue na terceira posição.
Aproximadamente 59% dos consumidores de vinhos no país têm mais de 35 anos.
Quanto ao comportamento de compra, 30% dos consumidores desta bebida privilegiam os canais digitais, como portais ou lojas online para comprar vinhos. Os brasileiros também são considerados consumidores abertos a novas experiências, já que mais de 70% estão dispostos a provar novas propostas. Destaca-se ainda que, no Brasil, 69% do total de vinho consumido é nacional, contra 31% importado, o aumento do valor do dólar foi um dos principais fatores apontados para a queda no consumo de vinhos importados em comparação com o ano anterior.
A maioria dos vinhos importados são provenientes do Chile (42%), seguido da Argentina e Portugal, com 16% e 15%, respetivamente. Neste cenário, o estado brasileiro que mais importou vinho, foi Santa Catarina, contando com 30% da importação total, seguido por São Paulo e Espírito Santo.
Vinhos portugueses no Brasil
Portugal ocupa desde 2016 a 2.ª posição no ranking de importação de vinhos no Brasil.
Segundo Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, a procura tem crescido cada vez mais, registando-se no primeiro semestre de 2020 em Portugal, um crescimento de 16,8% no mercado brasileiro, com um aumento de 17,2% em volume e de 18,6% em valor. Estes números foram também incentivados pela iniciativa apelidada de ‘Festival Vinhos de Portugal’ promovida no final de setembro de 2020 pela ViniPortugal, em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados.
Esta campanha promocional inédita cujo objetivo foi dar a conhecer mais de 1.500 vinhos portugueses a mais de 2.500 estabelecimentos das principais redes de supermercados de diferentes estados do Brasil, bem como nas duas maiores plataformas de e-commerce de vinhos do país, foi pensada para tirar partido do aumento do consumo de vinhos no Brasil durante a pandemia, procurando popularizar os rótulos portugueses no país e, consequentemente, estimular o aumento da penetração dos vinhos portugueses no mercado nacional. A 2ª edição do festival já tem data definida, e irá decorrer de 29 de outubro até 7 de novembro.
