A novel associação, de Arcos de Valdevez, assume a missão de ‘preservar e valorizar’ este produto DOP.
Com apresentação formal para dentro de três meses a constituição da confraria “será mais um contributo para fixação de população, criação de rendimento aos produtores e de dinamização turística do concelho com propostas associadas à carne Cachena, nomeadamente a criação de uma ementa assente neste produto”, declarou o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves acrescentando que este é um produto com um “papel preponderante” na economia local.
A vaca Cachena da Peneda é a mais pequena raça bovina portuguesa e uma das mais pequenas do mundo, com uma altura máxima de 110 centímetros. Típica do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), a carne de vaca Cachena da Peneda tem Denominação de Origem Protegida (DOP) desde 2002.
A carne destes animais é descrita como suculenta, tenra, de cor rósea clara, com uma consistência firme, ligeiramente húmida e com pouca gordura intramuscular.
O presidente da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, José Carlos Gonçalves destacou o aumento da produção daquela espécie para dar resposta à procura que tem vindo a registar-se nos últimos sete a oito anos, revelando que “há cerca de oito anos produzíamos seis a sete animais por ano e atualmente produzimos 400 face à procura que este produto tem registado”.
A confraria pretende contribuir para “a revitalização da cadeia produtiva, desde a produção à comercialização dos produtos locais e para a dinamização da economia local através da promoção de mostras, encontros e concursos de gastronomia e outras iniciativas de caráter social, formativo, promocional e cultural da gastronomia tradicional e dos produtos locais” com destaque, naturalmente, para a carne Cachena”.
A constituição da confraria resulta de uma parceira entre a Câmara de Arcos de Valdevez, a Cooperativa Agrícola, entidade que gere a denominação de origem da carne Cachena da Peneda, a Associação dos criadores da Raça Cachena, a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e o PEC Nordeste, empresa do grupo Agros, que opera no apoio à produção pecuária nacional.
Já no fim do século XIX os animais desta raça eram descritos como sendo pequenos, de porte ananicado, denotando a sua adaptação morfológica ao habitat de montanha (onde a forma dos seus cornos permitia às mães proteger as suas crias dos ataques de lobos).