Mais de uma centena de pessoas juntaram-se para assinalar 70º aniversário deste defensor da tradição gastronómica portuguesa.
O pretexto foi a comemoração da ‘marca’ de 70 anos de vida. Mas a verdadeira intenção foi afirmar o reconhecimento de uma vida dedicada à defesa das tradições como afirmação dos territórios.
Assim, no passado dia 3 de fevereiro, mais de uma centena de amigos(as) e admiradores(as) entre autarcas e representantes do ‘movimento confrádico’ juntaram-se num almoço no qual foi apresentada uma retrospetiva da sua vida profissional e pessoal.
Como não podia deixar de ser, o almoço foi servido de forma irrepreensível, tendo sido supervisionado pelo próprio Mestre, tendo várias iguarias que ele escolheu, entre elas, as papas de S. Miguel, o arroz de osso de suã e as famosas Fitas de Carpinteiro.
O Homem, o Cozinheiro, o Chefe
Lindolfo Ribeiro nasceu a 3 de fevereiro de 1949 em Cesar, no concelho de Oliveira de Azeméis.
Recebeu da avó as primeiras ‘lições de cozinha’ e nas ‘merendas’ e ‘comeres’ servidas nas lides do campo, nomeadamente as ceifas e malhadas, teve o primeiro contacto com a genuinidade da tradição gastronómica.
A partir dos 16 anos já sabia que a cozinha seria o seu lugar de afirmação profissional e em Angola, onde prestava o serviço militar obrigatório, entre 1971 e 1974, começou a sua atividade profissional, como responsável pela alimentação da sua unidade e formação dos mais novos elementos da cozinha.
Passou por Lausanne e Interlaken na Suíça, onde ‘aprimorou’ a arte da cozinha. Teve participações regulares na RTP e em várias estações de rádio.
Foi fundador da Confraria das Papas de S. Miguel e é hoje uma das figuras mais estimadas e respeitadas entre as confrarias gastronómicas de norte a sul de Portugal e além fronteiras.
Lindolfo Ribeiro continua a afirmar-se um defensor da verdadeira cozinha portuguesa que, diz: “está a degenerar, por influência de receitas e modas estrangeiras”.
É proprietário e ‘Chefe’ da Brigada de cozinha do Restaurante Lindolfo, em Cesar, no concelho de Oliveira de Azeméis, onde os clientes se deliciam com, entre outras opções: Vitela e Cabrito assados em forno a lenha (aos Domingos), Cozido no Molete, Rojoada da Tia Viúva, as incontornáveis Papas de S. Miguel, as Rabanadas de Cesar, o Creme Queimado e as ‘Fitas de Carpinteiro’, um doce de que é obrigatório conhecer a história.
Desenho de Francisco Goulão
Fotos. A Homenagem e as ‘Fitas de Carpinteiro’
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