Chamam-lhe «palmelão» e também há quem lhe chame agricultor, mas ninguém esquece o seu percurso no mundo do futebol. Jogou no Vitória de Setúbal, no F.C.Porto e na seleção nacional. Treinou o Salgueiros, o F.C.Porto e o Sporting.
Octávio Machado, nascido em Palmela em maio de 1949, continua a ser uma das figuras do futebol mais requisitadas pelos órgãos de informação ligados a este desporto. Os jornalistas «adoram» as suas, quase sempre, declarações polémicas. Por isso, tem ganho inimigos de estimação e amigos do coração.
Uma realidade ainda mais presente desde que se tornou Diretor Desportivo do Sporting.
Defensor acérrimo dos vinhos e outros produtos da sua região tem uma quinta em Palmela, onde produz uvas, maçã riscadinha e outros frutos.
O prato de que mais gosta é Bacalhau com grão e legumes acompanhado, evidentemente, com vinhos de Palmela.
Confessa ter dificuldade em parar de comer sardinhas assadas, na cozinha o prato que lhe sai melhor é canja de pombo bravo e na despensa não lhe pode faltar atum em conserva.
Os restaurantes que recomenda são todos da sua região: O Pescador, em Lagameças (Palmela); D. Isilda, em Palmela e Casa das Enguias, na Lançada (Montijo).
Que relação tem com a enogastronomia ?
A minha relação com a enogastronomia é a melhor do mundo, somos inseparáveis até porque tenho a melhor boca.
Tanto me dá prazer comer debaixo de uma sobreira no intervalo duma caçada, ”onde os amigos fazem a diferença”como num restaurante ou Hotel com muitas ou poucas estrelas. A minha vivência, e o facto de ser adepto da caça, também me dá a oportunidade de conhecer novas gentes e a gastronomia de diversas regiões. E isso faz com que eu possa afirmar, uma vez que tive o privilégio de conhecer muito mundo, que em termos de gastronomia e vinhos Portugal é ímpar, e é do que tenho mais saudades quando estou no estrangeiro.
Qual a sua região preferida em termos gastronómicos e vínicos?
Por razões óbvias, a minha região é a preferida. Desde os produtos do mar, passando pelos queijos de Azeitão e os vinhos fabulosos da região de Palmela. De qualquer forma, é inegável a qualidade e encanto de todas as regiões do nosso país.
A gastronomia alentejana com as suas ervas, a zona litoral e o Algarve, onde os pratos de peixe são extraordinários, a região da Bairrada e o seu leitão, e mais a Norte as postas mirandesas, ou as tripas à moda do Porto. Os enchidos do interior, os queijos da Serra da Estrela, fazem com que eu me sinta bem em qualquer parte do país.
O que gosta num restaurante
A simpatia no atendimento, a higiene no serviço e a qualidade dos pratos são fundamentais.
Se houver enquadramento paisagístico e se as companhias forem agradáveis, tanto melhor.
O que não gosta num restaurante
Exactamente o oposto. Falta de higiene e mau atendimento.
Nos momentos difíceis que se vivem atualmente na restauração, os empresários devem ter particular atenção a estas componentes da sua atividade. Caso contrário, vão ainda mais depressa para a falência.