Recursos genéticos do medronheiro estão em risco e para se constituírem novos povoamentos de medronheiro, a semente deve ser recolhida dentro das regiões homogéneas.

Um estudo coordenado por uma investigadora do Instituto Superior de Agronomia, recomenda uma estratégia de conservação baseada na diversidade genética e uma cuidadosa transferência de sementes.

Na revista científica PLUS ONE, os autores além de reconhecerem que os recursos genéticos do medronheiro estão em risco em Portugal, deixam alguns alertas, nomeadamente aconselhando a que, para se constituírem novos povoamentos de medronheiro, a semente seja recolhida dentro das regiões homogéneas.

E exemplificam: “Não devem ser trazidas sementes do sul para o centro do país, que foi o que aconteceu com o pinheiro bravo em Portugal”. E reforçam alertando: “Não deve, por isso, ser usada semente de origem desconhecida”, reforça.

Os investigadores recomendam ainda que o uso de clones seja feito dentro das regiões homogéneas e que na população de melhoramento dos medronhais sejam introduzidos os exemplares com maior diversidade genética.

Já as populações que mais se diferenciam e as mais diversas, do ponto de vista genético, devem ser consideradas para conservação, «devido ao impacto do futuro aquecimento global, ao aumento previsto de fogos florestais, à fragmentação do coberto vegetal do território e ao processo de domesticação em curso», sublinha o ISA.

O artigo publicado na PLUS ONE refere ainda que o medronheiro tem vindo a ter muita procura pelos produtores florestais devido à produção de fruto e às suas múltiplas aplicações, para além da produção de aguardente.

«No entanto, as florestas mediterrâneas são ecossistemas frágeis e vulneráveis ao recente aquecimento global, com consequências a médio e a longo-prazo de aumento da aridez e das áreas ardidas pelos fogos florestais», acrescenta.
Fonte: Lusa

Foto de capa: Jornal do Fundão