//Massa de Safio

Massa de Safio

O Safio, ou congro, é o peixe escolhido para acompanhar a massa de cotovelinhos.

Este peixe que pode atingir mais de 2 m de comprimento habita as águas junto ao fundo e durante o dia abriga-se nas fendas rochosas de onde sai à noite para caçar peixes, crustáceos e cefalópodes.
Quando atingem a maturidade sexual, os congros (safios) migram para as regiões tropicais e subtropicais do Atlântico, onde se reproduzem, morrendo de seguida. Os juvenis fazem a viagem de regresso quando atingem os 2 anos.
Em tempos muitos pescadores da ‘margem sul’ iam pescar para além do mar da palha (estuário do Tejo) e por isso traziam congros (safios) pescados no mar, próximo da entrada do Tejo.


A receita que apresentamos tem origem no concelho do Montijo que, para além dos produtos da pesca, sempre contou e continua a contar com também extensas áreas rurais de férteis solos que envolvem o território onde se cultivam os produtos hortícolas que contribuem para uma cozinha rica em sabores
Na proposta ‘à montijense’ usa-se massa de cotovelinhos a acompanhar este peixe muitas vezes recusado por possuir uma parte do corpo com muitas espinhas. Mas o excelente sabor faz com que os verdadeiros apreciadores suportem os cuidados exigidos quando se come.


RECEITA
Ingredientes
1 kg de safio; 150 g de massa de cotovelinhos; 2 cebolas; 2 dentes de alho; 1,5 dl de azeite; 1,5 kg de tomates maduros; 1 folha de louro; 1 raminho de salsa; sal, picante e pão frito.

Preparação
O safio é cortado às postas e temperado com sal. Prepara-se um refogado com o azeite, a cebola e o alho picados, o louro e a salsa. Acrescenta-se, em seguida, o tomate limpo de peles e sementes. Junta-se o safio a cozer nesse molho, deitando-se depois a massa, que ferve até cozer. Pode servir-se em cima de fatias de pão frito.

Harmonização proposta pela CVR da Península de Setúbal
Esta é uma receita rica nos ingredientes e, como tal, exige um branco de bom corpo, com uma boa estrutura. Sugere-se a procura de um vinho DO Palmela, cujo lote contenha Fernão Pires e/ou Arinto, duas das castas brancas mais plantadas na Península de Setúbal a seguir à Moscatel de Setúbal. A frescura é importante para bem acompanhar este prato, assim como a persistência do vinho na boca.

Fonte: ‘Os Sabores da nossa Terra’: ADREPES – Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal.