Das mais de 600 pessoas que foram afetadas por surtos de intoxicação alimentar, cerca de 13% tiveram que ser hospitalizadas.
Os dados são de um estudo do Instituto Ricardo Jorge relativo a 2016 e referem-se a surtos de intoxicação alimentar em cantinas e bares de escolas, cafés, restaurantes, hotéis e instituições com residência.
A investigação do departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), divulgada recentemente e relativa a 2016, concluiu que foram analisados 24 surtos que afetaram 629 pessoas, das quais 80 necessitaram de internamento hospitalar.
Os resultados divulgados apontam ainda o tratamento térmico inadequado, abusos de tempo/temperatura, contaminações cruzadas e utilização de matérias-primas não seguras como fatores que mais contribuem para a ocorrência de surtos de toxinfeções alimentares.
Já no que refere ao local onde os surtos tiveram origem, ou seja, o local onde os alimentos foram consumidos ou tiveram lugar as etapas finais de preparação, a quase a totalidade (96%) ocorreu em sítios públicos, com elementos de “mais do que uma família”.
Os locais onde ocorreram mais surtos foram instituições com residência (36%), cantinas/bares de escolas, colégios, infantários ou creches (21%) e estabelecimentos do tipo restaurante/café/hotel (17%).
Amêijoas colhidas em zonas onde era proibida a apanha de bivalves para venda e para consumo foi a origem de um dos surtos. Mas foram os “mariscos variados cozidos” que provocaram o surto com o número mais elevado de casos de doença associados.
O boletim destaca a necessidade de “alertar o mais cedo possível” a autoridade de saúde para que esta possa “liderar o processo de investigação epidemiológica e ambiental e tomar as medidas adequadas para se efetuar uma análise de causas”.
Fonte: Lusa