Oficialização na novel confraria aconteceu no passado dia 20 de maio, com a tomada de posse dos Órgãos Sociais e a Entronização dos Confrades Fundadores.
Mais de uma dezena de confrarias de várias regiões de Portugal marcaram presença na vila de Mortágua onde efetuaram um desfile que terminou no Edifício do Município em cujo Salão Nobre onde decorreu a cerimónia de tomada de posse dos órgão sociais e a entronização dos primeiros 25 confrades.
A Confraria da Lampantana teve como madrinhas a Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal e a Confraria dos Carolos e Papas de Milho (Tondela).
A Presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, Olga Cavaleiro, salientou a responsabilidade que a Confraria com sede em Mortágua tem agora de “divulgar, defender e preservar um produto emblemático que identifica o território, bem como de trabalhar no estudo, conhecimento e investigação acerca deste produto que tem origens muito antigas”.
Júlio Norte, presidente da Câmara Municipal de Mortágua recordou que “a responsabilidade é grande” e que o projeto não termina com a criação da Confraria, mas realmente começa agora pois “há muito trabalho pela frente no sentido da afirmação e promoção deste prato ex-libris do concelho, referiu o agora também confrade.
Na Confraria da Lampantana os confrades tomam a designação de “caçoilos” e “caçoilas”, numa alusão à tradicional peça de barro onde é assada a Lampantana.
Do site lampantana. pt , retirámos esta ‘explicação’ sobre este prato:
A Lampantana confecionada com carne de ovelha, assada em caçoila de barro, no forno de lenha onde se cose o pão, e servida com batata “fardada” e grelos a acompanhar, é, desde tempos imemoriais, uma das especialidades gastronómicas do Concelho de Mortágua.
Dos inúmeros rebanhos de gado que outrora pastavam pelas abundantes encostas de urze do concelho de Mortágua terá surgido o ingrediente fundamental à qualidade deste prato forte e suculento que em dias de festa era, e continua a ser, rei à mesa, por Terras de Mortágua.
A existência de depósitos de barro vermelho, na zona da Gândara, levaram ao surgimento de olarias artesanais nesta localidade, onde se fabricava as caçoilas utilizadas na confeção deste prato.
Embora desconhecendo com rigor a origem desta iguaria, são várias as histórias que guardamos das anteriores gerações e que a procuram explicar. Conta-se que, aquando da passagem das tropas napoleónicas pela região, as populações teriam, estrategicamente, envenenado as águas. Como era preciso cozinhar a carne, teria sido utilizado, como recurso, o vinho. Da aliança entre estes dois ingredientes terá resultado este prato de excelência, cujo segredo na confeção e no tempero foi sabiamente guardado e perpetuado até nós.
Fonte de informação e Fotos: C. M. mortágua