Completa-se mais um ano do desaparecimento físico do mais popular cozinheiro da televisão portuguesa.
Faleceu a 14 de outubro de 2015 e desde então faço questão de assinalar esta data no Jornal dos Sabores.
Completam-se, portanto, seis anos agora em 2021. No ano passado, para assinalar os cinco anos da morte do Chefe Silva, o primeiro cozinheiro da televisão portuguesa – Maria de Lourdes Modesto surgiu antes, mas nunca foi cozinheira – o que, juntamente com o sucesso da Teleculinária, lhe proporcionou uma enorme popularidade. Era também um obstinado defensor das nossas tradições gastronómicas.
No dia acima referido de 2020, para lhe prestar uma singela homenagem, iniciei a publicação da Biografia ‘ Chefe Silva, o Senhor TeleCulinária’, que escrevi e foi publicada em livro em 2008, dividida em ‘capítulos’. Terminei a publicação em abril de 2021, quando se ‘assinalaram’ as datas do seu nascimento. Sim, ‘as datas’, como se percebe neste texto:
“Nascido a 29 de Março de 1934, foi batizado na Paróquia de Santiago de Caldelas e três dias depois da cerimónia batismal, registado na Conservatória do Registo Civil de Amares, com data de nascimento a 5 de Abril para que o pai não pagasse multa”. (excerto da Biografia)
Ao longo de mais de cinco meses ‘contei’ a vida de António da Silva, nascido em Caldelas, no concelho minhoto de Amares, em ‘episódios’ que nos revelam os tempos de infância, a ida para o Seminário, o serviço militar, as passagens por Moçambique e Macau, o regresso à região norte e a entrada na televisão, a passagem pela rádio e o grande sucesso editorial que foi a Teleculinária. Ali se referem também as muitas amizades que construiu ao longo da vida e a sua relação com as confrarias gastronómicas que sempre o acarinharam.
Porque ele passou a vida a ‘oferecer’ receitas, na Biografia incluiu-se também mais de 40 receitas que foram dedicadas (oferecidas) por muitos dos seus amigos, desde figuras públicas a quase anónimos cuja presença na obra o Chefe Silva ‘exigiu’.
A publicação dessas receitas e da biografia, que contaram com largas centenas de milhares de ‘acessos’, permitiu doar à formação da ACPP – Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal, 25% do valor do patrocínio dos ‘Vinhos de Lisboa’, no que constituiu igualmente uma homenagem ao facto de o Chefe Silva ter sido um dos fundadores daquela associação.
Costuma dizer-se que as homenagens quase sempre se fazem depois de as pessoas desaparecerem fisicamente. Felizmente que não foi o caso do Chefe Silva pois para além de a Biografia ter sido lançada em 2008, antes e depois dessa data foi alvo de muitas manifestações de apreço e carinho.
Registe-se particularmente a distinção por parte da sua terra que, ao contrário do que acontece demasiadas vezes, sempre o considerou um verdadeiro filho ilustre, atribuindo-lhe o nome de uma rua e, já após o falecimento, em 2016, a inauguração de um busto em bronze. (https://jornalsabores.com/chefe-silva-busto-homenagem-na-terra-natal/).
É justo referir, ainda, a intenção, por parte de amigos que me contactaram para o efeito, de realizar em outubro passado ou finais de março deste ano, um encontro para recordar o cozinheiro e o amigo. Mas a pandemia não o permitiu.
Mas havemos de nos reunir para o homenagear da forma que ele mais gostava… ‘numa patuscada’ pois claro!
Amilcar Malhó
(Biógrafo e – sobretudo – amigo)
Se não teve oportunidade de acompanhar a publicação da Biografia e das receitas, encontrará aqui tudo o que foi publicado entre outubro de 2020 e março de 2021.
https://jornalsabores.com/category/gastronomia/chefe-silva/
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