Estima-se que existam 830 milhões de pessoas obesas no mundo, enquanto o número de pessoas famintas é de cerca de 820 milhões.
A revelação, que não pode deixar de ser chocante, foi feita pelo diretor geral da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação no FISAS – Fórum Internacional Territórios Relevantes para Sistemas Alimentares Sustentáveis, que pela primeira vez decorreu em Portugal, em Idanha-a-Nova, em meados de julho.
A estes números, José Graziano da Silva acrescentou mais dois mil milhões de pessoas, uma em cada quatro a nível mundial, que não sabem se terão o suficiente para comer em cada semana, ou como se define ‘tecnicamente’, estão em situação de insegurança alimentar.
O responsável da FAO defendeu a criação de políticas públicas adequadas para a promoção da agricultura sustentável, da agroecologia e do acesso à alimentos saudáveis por toda a população e como exemplos, citou a política que promove as compras públicas de alimentos provenientes da agricultura familiar, iniciada no Brasil e já implementada em dezenas de países; a rotulagem clara dos alimentos, como tem sido feito no Chile; e a taxação de alimentos não saudáveis uma vez que, a longo prazo, estes acabam por onerar os sistemas públicos de saúde.
Sobre a FAO
A Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) é uma agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome no mundo.
“O nosso objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de boa qualidade suficientes para terem uma vida ativa e saudável. Com 194 Estados Membros, a FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo”, pode ler-se no site da FAO.
Em outubro de 2009 foi estabelecido em Lisboa um escritório da FAO.