Até meados do século passado, a vila de Rio Maior era o centro de uma região predominantemente agrícola, de pequenos proprietários, cujas casas tinham sempre um espaço destinado à “criação”, nome genérico que englobava os animais de penas e os coelhos, convivendo numa semiliberdade. A alimentação dessa população remediada incluia, portanto, com frequência, a carne destes animais. Em dias festivos, era necessário introduzir outros ingredientes que fizessem a diferença em relação ao quotidiano. Dada a abundância de nogueirais e de vinhas, as nozes e o vinho eram, naturalmente, os acessórios mais à mão para transformar um prato vulgar numa especialidade para dias especiais.
As pessoas mais velhas ainda se lembram de comer este prato em casa dos pais, nos dias de festa em que as normas religiosas permitiam comer carne. Mas, entretanto, caiu em desuso. Ultimamente, a receita foi recuperada na Asseiceira e em outra aldeias dos arredores de Rio Maior, tendo sido introduzidas algumas alterações no modo de a confecionar, e, neste momento, é considerado um prato emblemático do concelho, que, inclusivamente, o apresentou a concurso, em 2011, para a eleição das “sete maravilhas da gastronomia”.
Ingredientes
1 galo do campo, vinho tinto, alho, louro, pimenta preta e sal, cebola, azeite, banha de porco, tomate, salsa, nozes, arroz.
Preparação
Depois de limpo, parte-se o galo em pedaços pequenos. As nozes são partidas em dois ou quatro bocados, conforme o seu tamanho. Juntam-se todos os ingredientes, cozinhando em lume brando e com o tacho tapado para não secar. Acompanha com arroz feito do molho. Há quem junte passas de uva ao arroz para dar um perfeito contraste de sabores. O Galo com nozes é confecionado com vinho. Este acrescenta aromas, sabor e textura, funcionando como recetor e difusor de sabores.
Para acompanhar este prato, sirva o vinho que escolheu para o preparar, de preferência um tinto complexo com madeira, da região Tejo.
Texto e fotos: Livro ‘Os Sabores de nossa Terra’: APRODER – Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo.
(Passo a Passo e empratamento ‘moderno’ – Escola Profissional de Vale do Tejo)
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