No passado dia 19 de novembro, a região do Douro recebeu de Pinhel o título de ‘Cidade Europeia do Vinho’.
A cidade já tinha tentado alcançar este título em 2018 e dessa experiência resultou uma candidatura de âmbito regional, que envolveu os diferentes agentes do Douro e que saiu vencedora em Bruxelas, onde foi defendida pelo presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves.
Segundo o autarca este “é um grande prémio para a região, um prémio merecido e que nos vai ajudar também àquilo que tem sido o trabalho da Comunidade Intermunicipal (do Douro), que é cada vez ter mais preocupação com aquilo que é o nosso desenvolvimento económico, a sustentabilidade de todo o território.”
Enquanto ‘Cidade Europeia do Vinho 2023’ a região do Douro será, segundo os promotores da candidatura, “uma referência europeia no vinho, na vinha, na cultura e na celebração harmoniosa da natureza e obra secular realizada por gerações de durienses”.
José Manuel Gonçalves explicou à Lusa que “vai haver agora um período de preparação, de consolidação de projetos, e em 2023 é que vai ser o ano pleno da candidatura.”
Para desenvolver estas atividades, o presidente de Peso da Régua salientou que o Douro tem a expectativa de poder “ter um financiamento acrescido” por parte de entidades como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e do Turismo.
“Esperamos que o ano de 2023 seja um ano muito favorável para toda a região do Douro, na nossa afirmação, mas acima de tudo na valorização daquilo que é o nosso vinho, daquilo que é o nosso território, é isso que é importante, é valorizarmos para podermos garantir a sustentabilidade futura”, apontou.
As dificuldades do território, nomeadamente dos produtores, também estão muito presentes e, depois do título alcançado, a expectativa é de conseguir “levar o mundo até ao Douro”.
“Este é nosso lema cada vez mais presente, no sentido de sentirem aquilo que são as dificuldades que nós temos para manter este Património da Humanidade”, enfatizou o autarca da Régua.
“Com esta vitória acalentamos o desejo legítimo de que o Douro, um grande contribuinte das exportações nacionais, faça do vinho e da vinha uma alavanca concreta e real para o desenvolvimento da sua economia e riqueza de quem aqui vive e trabalha”, concluiu.
A aprovação da candidatura, com o lema ‘All Aroud Wine, All Around Douro’, chega numa altura em que o Douro comemora 20 anos da elevação a Património da Humanidade e em que a preocupação local é garantir que as gerações futuras recebam este Património da Humanidade em condições de sustentabilidade.
Os 19 autarcas da CIMDouro garantem estar “preparados para dar corpo ao título alcançado, “juntamente com as entidades locais e regionais e todos os 22 mil produtores”.
A candidatura regional, que saiu vencedora em Bruxelas, resultou também da experiência da Cidade do Vinho 2019, distinção atribuída à Régua naquele ano pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV).
A Cidade Europeia do Vinha é um concurso anual lançado pela RECEVIN, em 2012, e tem como objetivo a promoção turística e a divulgação das regiões europeias produtoras de vinho, tendo um caráter rotativo entre os diversos países que fazem parte da rede.
No ano de 2023 a Cidade Europeia do Vinho teria que ser portuguesa e, além do Douro, foram apresentadas as candidaturas “Algarve Golden Terroir”, que junta os municípios de Lagoa, Albufeira, Lagos e Silves, e uma outra do Vale do Lima, que agrega os concelhos de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo.
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