De 11 a 28 de julho, em Loures, junto ao Pavilhão Paz e Amizade.
Em 2014, o evento recebeu a visita do americano Andrew Zimmern, apresentador de Bizarre Foods, programa do Travel Channel, que esteve no festival para gravar mais um episódio do conhecido programa de televisão e, ao mesmo tempo, provar as diversas especialidades de caracol e caracoleta.
O Festival do Caracol Saloio conta com a participação de cerca de uma dezena de tasquinhas em representação dos restaurantes do concelho de Loures. “Feijoada de Caracoleta”, “Rissóis de Caracol”, “Caracoletas à Bulhão Pato” e “Ovos Mexidos com Caracoleta e Farinheira” são algumas das muitas especialidades que os visitantes podem degustar no festival que decorre no mês de julho, junto ao Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.
Durante cerca de três semanas, com entrada gratuita, além de caracóis e caracoletas, os visitantes podem ainda desfrutar de espetáculos musicais diários, usufruir de um espaço de animação infantil e assistir a demonstrações diárias de showcooking com algumas das melhores receitas da região.
Paralelamente à tenda principal existe uma área de street food, em alternativa aos pratos de caracóis, e uma área de artesanato, onde dezenas de artesãos, maioritariamente de Loures, mostram a sua arte e criatividade.
O caracol
Não é um petisco consensual e os que não gostam (mesmo sem os terem provado), argumentam com o uso de um plebeísmo forte, chamando ao muco que liberta, «ranho».
Não só nada tem que ver com o «nome feio», como até há uma interessante justificação para encarar o caracol como um petisco muito asseado.
Existem também muitas pessoas que não se atrevem a provar estes moluscos gastrópodes porque “passam por cima de tudo”, considerando-os, por isso, pouco asseados. Mas não há razão para tal preconceito. Vejamos:
Para evitar a desidratação, o caracol tem o corpo envolvido pelo tal muco já referido. Esse muco impede que o pé (toda a parte de baixo) toque na superfície por onde passa, funcionando como uma sola de sapato. Permite que o caracol deslize facilmente evitando ferimentos e, portanto, sem tocar nas superfícies por onde passa.
O aspeto deste muco poderá igualmente provocar repulsa, mas não existem razões para tal pois é com esta substância que se faz a «baba de caracol» que é usada para regenerar a pela humana.
No Japão, um salão de beleza criou um novo serviço no qual são utilizados caracóis (caracoletas) para limpar a pele do rosto dos clientes. De acordo com uma funcionária do estabelecimento, o “rasto de muco” que os caracóis deixam, tem benefícios para a saúde da pele.
E fique a saber que na Idade Média as pessoas usavam a água onde os caracóis eram cozidos para tratar dores de garganta, bronquites e infeções gastrointestinais.
O caracol, que é consumido há mais de 2 mil anos, tem como principal constituinte a água, é rico em proteínas e pobre em gorduras, contendo sais minerais, como magnésio, ferro, zinco e cobre que garantem a saúde do organismo.
Registe-se que mesmo os caracóis comidos nos cafés e restaurantes têm um baixo valor calórico portanto, não engordam. Já a cervejinha e o pão com manteiga, dependendo da quantidade, pode ter esse efeito.
Como exemplo, quando comparado com outros moluscos, 100 gramas de caracóis fornecem 98 quilocalorias, menos 33 do que a mesma quantidade de amêijoa e menos 21 do que a de berbigão.