Cerca de um quinto dos portugueses adiciona sal no prato e quase todos os idosos consomem sal acima do recomendado.
Um inquérito realizado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), concluiu que 1,19 milhões (17,7%) de portugueses costuma juntar sal ao alimento já confecionado. E considera ainda mais preocupante a conclusão de que 13,7% das pessoas com hipertensão arterial tem este hábito.
Recorde-se que o consumo excessivo de sal é responsável por 2,3 milhões de mortes por ano, em todo o mundo, devido a doenças cardiovasculares.
No estudo referido, que envolveu 4.911 pessoas, na sua maioria em idade ativa, o grupo etário dos 25 aos 34 anos é aquele que mais adiciona sal aos alimentos quando estes já estão no prato e o Algarve a região onde é mais frequente este hábito: 35,8%.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, se cada pessoa consumisse menos dois grãos de sal por dia a taxa de Acidente Vascular Cerebral (AVC) cairia entre 30 e 40% nos cinco anos seguintes e ocorreriam menos 11 mil casos por ano em Portugal.
Idosos consomem sal acima do recomendado
A ingestão de sal recomendada pela Organização Mundial de Saúde é de “até cinco gramas por dia”. Em Portugal, os valores máximos de sal identificados nos idosos são 27 gramas nos homens e 20,8 gramas nas mulheres.
Um estudo da Universidade do Porto e instituições científicas do Minho e da Noruega no qual participaram 1500 portugueses com idade igual ou superior a 65 anos indica que 91,5% dos homens idosos portugueses e 80% das mulheres idosas ingerem sal a mais.
Pedro Moreira, um dos autores do estudo, adiantou à Lusa existirem suspeitas de que a grande parte destes resultados poderá estar relacionada com a “elevada utilização na confeção e consumo de alimentos ultra processados”.