Estrella Damm Gastronomy Congress regressou a Lisboa para desvendar a essência e os segredos da melhor cozinha contemporânea
O evento reuniu em Lisboa o melhor da cozinha contemporânea e contou com a presença dos Chefs Joan Roca, Fina Puigdevall, Fran López, Vítor Matos, Alexandre Silva e Henrique Sá Pessoa, que partilharam conhecimento e várias propostas gastronómicas. Um congresso de um dia, dirigido ao público profissional, onde três chefs portugueses e três espanhóis realizaram diversos showcookings para descobrir a essência e os segredos da melhor cozinha contemporânea.
Depois do sucesso que este evento alcançou em cidades como Londres, Miami ou Melbourne, o Estrella Damm Gastronomy Congress voltou à cidade de Lisboa, após a primeira edição em 2016, oferecendo o cenário perfeito para saborear as novidades mais incríveis da cozinha.
Joan Roca (3 estrelas Michelin – El Celler de Can Roca, Girona) apresentou as origens do seu restaurante: “Convém recordar que tudo isso começou há 31 anos, num bairro da classe trabalhadora”. Antes de iniciar a preparação das suas receitas, explicou as linhas de trabalho do El Celler de Can Roca e enfatizou que “se trabalharmos e acreditarmos no que fazemos, dedicando-nos com paixão, conseguimos atingir o sucesso”.
Fina Puigdevall (2 estrelas Michelin – Les Cols, Olot), expôs a sua visão sobre um conceito em que prevalece a paisagem, o produto e os ingredientes “já não de Km 0 mas de metro 0”.
Fran López (1 estrela Michelin – Villa Retiro, Xerta) enfatiza que “nos nossos restaurantes, as pessoas procuram não só comer, mas também viver uma boa experiência que, idealmente, se deverá traduzir num sorriso”.
Vítor Matos (1 estrela Michelin – Antiqqvm, Porto) enfatizou a importância do sabor nos seus pratos e deu ainda prioridade à técnica. Para tal, confessa que “embora a tendência seja usar três ou menos ingredientes na preparação dos pratos, as suas receitas nunca contém menos de dez ingredientes”.
Henrique Sá Pessoa (1 estrela Michelin – Alma, Lisboa) abordou, a importância da criatividade e da maneira “pessoal” de tratar e apresentar as suas receitas. Anunciou ainda a abertura de um novo espaço, o Atelier Henrique Sá Pessoa, “um sonho tornado realidade”, que irá funcionar como um laboratório experimental de I+D para o Chef e a sua equipa. De acordo com Henrique Sá Pessoa, este tipo de espaço é vital para todos os Chefs cujo objetivo é criar e apresentar pratos inovadores que criam tendências. “Este projeto foi possível graças à confiança que a Estrella Damm depositou no mesmo” e, neste espaço, não aberto ao publico em geral, o Chef pretende ainda organizar diversos “workshops, eventos e apresentações”.
Já o chef Alexandre Silva (1 estrela Michelin – Loco, Lisboa) explicou como a sua cozinha tenta “sair da zona de conforto, para que o produto local lhe dê um tratamento diferente e particular”. Uma das receitas apresentadas foi uma sobremesa salgada, cujo principal protagonista é o nabo. “Quem diz que uma sobremesa tem de ser doce? Nós devemos perguntar tudo, mesmo a nós próprios” afirma o Chef.
Toni Massanés, crítico gastronómico e responsável pela Fundação Alícia, refletiu sobre as tendências culinárias: quem as origina, quais os fatores que as fazem expandir e como é que elas acabam por desaparecer. Depois de analisar as tendências da gastronomia, Toni Massanés concluiu que, nos próximos anos, as duas principais tendências serão “A carne de proteína vegetal ou carne animal, mas reproduzidas através de células, uma vez que, atualmente, não temos capacidade de as produzir de forma tradicional”.
A sessão foi conduzida pelo jornalista e crítico gastronómico português Miguel Pires (Blog Mesa Marcada).