Portugueses estão com hábitos alimentares muito associados ao consumo exagerado de carne e ao excesso de sal e açúcar.
A assinalar o ‘Dia Mundial da Alimentação’ bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento defendeu um compromisso dos empresários da restauração com o objetivo de se conseguir medidas que considera “simples e que não signifiquem perda de lucros”, exemplificando com a redução de sal na confeção das refeições, retirar o sal das mesas (só o colocar se o cliente pedir) e nas ementas colocar as frutas antes dos doces e com preços mais baixos que estes.
Alexandra Bento lembrou os resultados do Inquérito Alimentar Nacional realizado no ano passado que revelou que os portugueses comem poucos alimentos do grupo das hortaliças, colocando em média 11 por cento no prato, quando o recomendado é 23 por cento, com uma situação idêntica no caso das frutas já que consomem14 por cento, quando deveria ser 20 por cento. Para além disso, em Portugal come-se, em média, duas vezes mais carne do que o recomendado.
Escolas
A bastonária voltou a insistir na urgência de intervir ao nível das escolas, referindo o projeto piloto de intervenção alimentar que a Ordem dos Nutricionistas desenvolveu durante um ano na Escola Básica 2,3 de Amarante em que uma das vertentes era alertar os alunos para o desperdício alimentar, desafiando-os a deitar num saco de plástico transparente a comida que sobrava para depois ser pesada. O objetivo era as crianças terem consciência da comida que estavam a deitar fora, explicou Alexandra Bento.
Para melhorar a oferta alimentar nas escolas, a Ordem dos Nutricionistas entregou em fevereiro ao Ministério da Educação uma proposta com várias medidas, entre as quais a inclusão de 30 nutricionistas nas escolas do país e a presença de um professor no refeitório para acompanhar os alunos na hora da refeição, que ainda não teve resposta, apesar de a secretária de Estado da Educação já ter dito que era uma excelente proposta, segundo Alexandra Bento.
A Ordem dos Nutricionistas lembrou ainda que, em Portugal, a prevalência de doenças crónicas associadas a desequilíbrios nutricionais “assumem níveis preocupantes”, sublinhando que, segundo a Direção-Geral da Saúde, metade das causas de doença e de morte no país tem relação direta com a alimentação.
Foto: Ordem dos Nutricionistas
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