Esta é a convicção de Beatriz Dreher Giovannini, da produtora vitivinícola ‘Don Giovanni’, na Serra Gaúcha, Brasil.

Na última deslocação de Beatriz Dreher a Portugal o ‘Jornal dos Sabores’ teve oportunidade de conversar com esta mulher que pinta e já teve uma galeria de arte e que tem brilho nos olhos quando fala da família, da sua ‘vinícola’ e de Pinto Bandeira, onde se localiza a Don Giovanni.
Falou-se do avô, que em 1910 instalou uma das primeiras unidades vitivinícolas na região, – a Vinícola Dreher – de que o pai “tomou conta” mas foi entretanto vendida, e da fundação da D. Giovanni em 1982, precisamente no local onde estava instalada a unidade experimental da Dreher.

Mas se Beatriz é uma mulher que respeita o passado, fazendo questão de lembrar o importante trabalho dos emigrantes alemães e italianos na região, ela prefere viver o presente e acreditar no futuro.
E o presente é a ‘passagem’ serena do negócio de família para os mais novos, que tem vindo a acontecer “com o apoio discreto dos mais experientes”, garantindo assim, de forma sustentada, a continuidade de um projeto, já consolidado, que oferece hoje uma pousada, um restaurante, 17 hectare de vinha e uma produção anual de 100 mil garrafas de vinhos das quais, 80% são espumantes.

Quando se fala da bebida que em tempos no Brasil chegou a ser também chamada champanhe, Beatriz não resiste a ‘projetar’ o futuro, afirmando que “na nossa região, daqui a 20 anos praticamente só se produzirá espumantes”. E faz questão de reforçar, sublinhando, “o espumante deve ser a aposta do futuro”, uma afirmação que ganha maior força com a recente decisão da ‘Wines of Brasil’ de lançar a campanha ‘A Sparkling New World’ para promover os espumantes brasileiros nos Estados Unidos, Alemanha e China.

A Don Giovanni

Está localizada na cidade de Pinto Bandeira, a 700 m de altitude, num planalto com clima ameno, bem ventilado e com noites frias. Uma região prestes a ser reconhecida como a primeira Denominação de Origem (DO) exclusiva para espumantes produzidos pelo método tradicional no novo mundo. A Don Giovanni produz 80 mil garrafas de espumante por ano, destinadas maioritariamente aos mercados de S. Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Com uma área total de 50 há, dos quais 17 há são de vinha, a propriedade conta com uma grande diversidade de plantas e animais. Ali se pratica uma agricultura orgânica e biodinâmica.
A empresa oferece também uma pousada com sete apartamentos, instalada num ‘casarão’ de 1930 e um restaurante com uma cozinha que utiliza fundamentalmente produtos da região, de que são exemplo as alcachofras de produção própria. Não será por acaso que uma das mais apreciadas especialidades da casa é o ‘risoto de alcachofras e vinho tinto’.

Saiba mais em: http://www.dongiovanni.com.br/