São afrodisíacas? Como devem comer-se? Dão mesmo pérolas? E como apareceram ‘Les Portugaises’?
O dia 5 de agosto é conhecido nos Estados Unidos da América como ‘Dia Nacional da Ostra’ e como ‘Dia Mundial da Ostra’ em muitos outros países onde é assinalado.
Neste dia, em muitos países, fazem-se festivais gastronómicos com base nestes moluscos, mas em Portugal a data tem passado mais ou menos despercebida. Isso não impede que aproveite para assinalar a data, começando por saber um pouco mais sobre este molusco.
Afrodisíaco?
Desde sempre ouvimos falar do poder afrodisíaco das ostras. Embora esteja provado que as propriedades afrodisíacas dos alimentos, das bebidas, dos momentos, está, sobretudo, na ‘cabeça’, no caso das ostras há fundamentos que se prendem com o seu alto teor de zinco, mineral que é necessário para a produção de esperma. A carência de zinco provoca infertilidade e impotência, mas o seu excesso pode provocar intoxicações.
Este importante contributo, a fama de que as ostras gozam e alguma fantasia talvez associada à forma da ostra quando aberta, que lembra uma vulva, facilitam o estímulo sexual.
Conta-se até que o célebre Casanova consumia em jejum, uma média de 40 gramas de ostras por dia. Para perceber porquê, saiba que Giacomo Casanova nasceu em Veneza em 1725 e teve uma vida considerada de ‘debochado, libertino, colecionador de mulheres, escroque e conquistador’. Ainda hoje se diz que um ‘conquistador’ está armado em Casanova.
Ostras na gastronomia
Os verdadeiros apreciadores de ostras comem-nas cruas. Abertas com uma faca própria (e algum conhecimento da operação), levam normalmente um ou dois pingos de limão e são imediatamente colocadas na boca, por vezes ainda com um pouco de ‘suco’ que lhe dá o apreciado sabor a mar.
Uma consulta na internet leva-nos a perceber que as ostras são também consumidas em espetada (https://jornalsabores.com/espetada-de-ostras/), gratinadas, em canja, ao vapor, na chapa, no forno, à portuguesa ou com propostas de ‘autor’ dos nossos modernos chefes de cozinha.
As Pérolas
A formação da pérola acontece quando um parasita invade a ostra e esta liberta uma substância chamada madrepérola que se cristaliza sobre o invasor, impedindo-o de se reproduzir. Ao fim de 3 anos transforma-se em pérola. A forma da pérola depende do formato do invasor e a cor depende da saúde da pérola.
Les huîtres Portugaises
As ostras portuguesas estão as recuperar um lugar de destaque que já tiveram nas marisqueiras francesas, particularmente em Paris.
E tiveram porque, conta-se, em finais do século XIX um navio carregado com ostras portuguesas, de Setúbal, teve que procurar abrigo no estuário de Gironda (França). Com um tempo de paragem demasiado longo para o que se previra, o comandante do navio, perante o cheiro «suspeito» que a carga já libertava, decidiu lançá-la ao mar.
Entre as ostras despejadas do navio, da variedade ‘Crassostrea Angulata’, muitas não estavam mortas e reproduziram-se invadindo a costa francesa. Em 1920 uma «epizootia» dizimou as ostras da variedade francesa, tendo as portuguesas ‘Angulatas’ resistido ao vírus.
Foi nessa altura que os franceses ‘descobriram’ a qualidade das ostras provenientes de Portugal.
Atualmente, com a melhoria das águas e a aposta de empresários portugueses, começa a ser expressiva a exportação das nossas ostras para o mercado parisiense.
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