A árvore de Natal «alemã» e o Pai Natal rechonchudo da Coca-Cola.
A Árvore de Natal
A tradição da árvore «enfeitada» tem raízes muito mais longínquas do que o próprio Natal. Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura, em dezembro; os egípcios, no dia mais curto do ano (dezembro) levavam ramos de palmeiras para dentro de suas casas, como símbolo de triunfo da vida sobre a morte e nas culturas célticas, os druídas decoravam velhos carvalhos com maçãs douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.
Quanto à Árvore de Natal como hoje a conhecemos, pode dizer-se que o costume começou na Alemanha onde as famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores de papel.
A Grã-Bretanha começou a importar da Alemanha a tradição da Árvore de Natal, no início do século XVII, mas esta só se consolidou depois da “Illustrated London News” publicar uma imagem da Rainha Vitória e Alberto com os seus filhos, junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de 1846.
Rapidamente a tradição se espalhou pela Europa e chegou aos EUA aquando da guerra da independência através dos soldados alemães. Do outro lado do Atlântico, a tradição só «vingou» depois de em 1923 a Casa Branca ter sido enfeitada com uma árvore de Natal.
Em Portugal, como noutros países católicos, a origem pagã da Árvore de Natal dificultou a sua difusão, que se fez lentamente, como complemento dos tradicionais presépios.
Pode dizer-se que até aos anos 50 do século passado, a Árvore de Natal era até mal vista nas cidades e nos campos sendo pura e simplesmente ignorada. Hoje em dia, a Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia portuguesa.
O Pai Natal
O personagem bonacheirão que hoje encontramos nas zonas comerciais a incentivar ao consumo está ligada a São Nicolau, bispo de Mira (Turquia) que viveu no século IV e se tornou lendário porque, para além de milagres que lhe são atribuídos, oferecia anonimamente presentes aos mais necessitados. Nos Países Baixos, ainda hoje é conhecido por Sinterklaas e é na véspera do seu dia, 6 de Dezembro, que uma boa parte da população troca presentes.
Nos Estados Unidos, encontramos o atual Santa Claus, popularizado no século XIX, no poema de Clement Clarke Moore «Uma visita de São Nicolau» e ilustrado pelo caricaturista Thomas Nast, autores que criaram as bases para a imagem atual desta simpática figura.
No que se refere aos muito falados anúncios de refrigerantes, a primeira marca a usar o Pai Natal foi a White Rock Beverages, em 1915, para promover a sua água mineral. O primeiro anúncio da Coca-cola com o Pai Natal é de 1930, na altura em que a marca queria aumentar as vendas durante o Inverno uma vez que nessa altura do ano havia uma grande queda no consumo de refrigerantes.
Com a ajuda de um conhecido ilustrador da época chamado Haddon Sundblom, recriaram e renovaram a antiga e tristonha imagem do Pai Natal, transformando-o numa versão rechonchuda e colorida, vestido de vermelho e com um cinto preto, as cores da Coca-Cola.
Atualmente a figura do Pai Natal substituiu na maioria dos lares o sapatinho na chaminé que «obrigava» as crianças a passar uma noite agitada, ansiosos pelo raiar do sol. Os presentes agora são normalmente oferecidos após a ceia ou depois da meia-noite, muitas vezes por um dos elementos da família que se veste com um fato de Pai Natal.
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