O Vinho de Carcavelos é parte da identidade de Oeiras e, através da marca Villa Oeiras, o município tem contribuído para o seu reconhecimento a nível nacional e internacional.
Os primeiros registos de um vinho que se produzia na região de Carcavelos remontam ao séc. XV, tendo nos séculos seguintes, o vinho aqui produzido, ganhado notoriedade além-fronteiras, para a qual contribuiu o estatuto de Portugal enquanto um dos maiores exportadores de vinho.
O seu método de produção sofreu alterações ao longo do tempo, encontrando-se referências à utilização de arrobe, aguardentação de vinho já fermentado e ao atual método de interrupção da fermentação através da adição de aguardente.
Apesar de estar associado a uma história secular, só em 1908, é que definida a Região Demarcada de Carcavelos.
No entanto, este período áureo na produção de Vinho de Carcavelos chega ao fim em meados do século XX, por consequência da proliferação da filoxera, uma praga que devastou a viticultura nacional à qual Carcavelos não foi alheia e devido à urbanização dos territórios, fenómeno que nesta região se sentiu exponencialmente pela sua proximidade com a capital.
Antecipando o fim ‘trágico’ para o Vinho de Carcavelos que parecia, cada vez mais, uma certeza, a Câmara Municipal de Oeiras iniciou-se num projeto de recuperação de um produto histórico de elevada qualidade através da replantação de vinha.
Numa aliança de esforços, entre o Eng. Carneiro, presidente da Estação Agronómica Nacional, que teve a iniciativa de replantar 5 hectares de vinha no ano de 1983, alia-se a Câmara Municipal de Oeiras assinando um protocolo de colaboração com a Estação Agronómica Nacional.
Foi assim que a Câmara Municipal de Oeiras se tornou na primeira autarquia a assumir um papel de relevo na produção de um produto vitivinícola.
Os esforços da autarquia, através do investimento em instalações e equipamentos, tecnologia, mão-de-obra qualificada e divulgação, têm contribuído para colocar o Vinho de Carcavelos no patamar em que outrora esteve.
“A introdução no mercado dos vinhos de Carcavelos Villa Oeiras, tem, não só democratizado o acesso a todos deste valioso património, como também tem possibilitado que os críticos de vinhos e os concursos nacionais e internacionais de vinhos façam a sua avaliação, que de uma forma geral foi sempre notável, como foi exemplo as distinções e prémios recebidos em 2020.”, lê-se no site oficial do Villa Oeiras.
A Região Demarcada de Carcavelos tem a sua área circunscrita no concelho de Oeiras, parte da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra (lugares da Ribeira da Lage, Cacilhas e Porto Salvo) e da freguesia de Paço de Arcos, a faixa confinante com a freguesia de Oeiras e São Julião da Barra até à Ribeira de Porto Salvo. Do concelho de Cascais, as freguesias de Carcavelos, Parede e São Domingos de Rana e parte das freguesias de Alcabideche (lugares do Carrascal de Manique de Baixo e Bicesse) e do Estoril (lugares do Livramento e Alapraia).
Trata-se de uma região com clima ameno, de influência marítima, com boas condições para a maturação das uvas, que assim se apresentam de excelente qualidade para a produção do vinho de Carcavelos, em virtude da exposição solar ser a Sul e dos ventos dominantes serem de Norte, os quais exercem uma ação de proteção das vinhas em relação à influência marítima.
Nos brancos, a Galego Dourado, a Ratinho, a Arinto, as Rabo-de-Ovelha e a Seara-Nova são as castas predominantes. Nos tintos, Castelão, Amostrinha e a Trincadeira.
A iniciativa de Oeiras na produção do Villa Oeiras é um exemplo que o poder local pode contribuir e ser parte integrante de um projeto que se reflete na preservação e dinamização do património local.
Fonte: CM Oeiras
