A Confraria Gastronómica da Amadora promoveu a 1ª Peregrinação das Confrarias Gastronómicas ao Santuário de Nª Senhora de Fátima.
A iniciativa desta confraria, que aconteceu em 11 de fevereiro último, contou com um programa que incluiu um cortejo organizado, participação na Eucaristia e bênção dos trajes e estandartes, entre outras atividades.
Não estive presente, mas o facto de integrar – como confrade honorário – a Confraria da Amadora e o meu continuado interesse pela atividade confrádica em geral, levou-me a ‘acompanhar’ este evento.
Percebi que foi um êxito não apenas por ter conseguido ‘mobilizar’ mais de cinco centenas de participantes de todo o território nacional, mas também pela excelente organização, a avaliar pelos elogios recebidos por parte das associações participantes, nas redes sociais.
No entanto, alguns dias antes do evento, houve quem viesse a público (redes sociais) criticar a iniciativa. Ter ideias divergentes ou manifestar opiniões diferentes até pode ser bom. Mas dizer mal só por dizer?
Não fazer e criticar quem faz não é exclusivo das confrarias e até se pode dizer que é hábito no mundo associativo. Felizmente que também aqui e como diz a sabedoria do povo “os cães ladraram e a caravana passou”.
Esta iniciativa veio mostrar que a vida das confrarias pode (e deve, na minha opinião) ir para além de um capítulo anual e que há espaço – e vontade – para integrar outros desafios, venham eles da Federação ou das próprias confrarias.
E, pelo que li, veio igualmente mostrar que apesar de se tratar de uma jornada relacionada com a religião católica, não foi esquecida a verdadeira razão da existência destas associações: dignificar a gastronomia portuguesa.
Com muito agrado, encontrei num post publicado no Facebook, da autoria de Teresa Cruz, o seguinte:
Hoje, e depois de dezenas de capítulos quero salientar que foi um almoço verdadeiramente tradicional e português.
Presunto, queijos vários, os croquetes e afins todos apresentam……mas Xixaros com bacalhau bom assado na brasa…..coelho estufado com os miúdos….arroz de coelho……costelinhas assadas no forno com batatas divinais….crocantes e macias no interior…..um bom caldo verde….
Isto foi aquilo que eu comi, mas havia mais…..
Coisas simples, portuguesas e tradicionais. Isto sim é a nossa gastronomia no seu melhor.
Confesso que tinha grande curiosidade em saber desta ‘parte’ do evento já que Fátima é local de turismo de massas, muitos hotéis para passar uma ou duas noites e restaurantes de ‘comer e andar’. Mas a verdade é que, também ali, é possível encontrar ‘comida da boa’.
A avaliar pelo que conta e com o entusiasmo com que conta a Teresa Cruz, talvez seja de recomendar a algumas confrarias que passem a fazer a refeição dos seus capítulos em Fátima.
Ironias à parte, o importante seria passar a ver comentários positivos destes em todas as atividades gastronómicas promovidas pelas confrarias.
E vendo bem, apesar de ser em Fátima, não se tratou de milagre, mas de algo mais terreno. Respeito e competência.
Amilcar Malhó
Jornalista e confrade de algumas confrarias
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