“Com uma lata de conserva e uma boa garrafa de tinto, faz-se uma festa”.
Apesar da extensa lista de intervenções em teatro e televisão, foi como menino Tonecas na Série da RTP «As Lições do Tonecas» (1996 – 2000) que Luís Aleluia registou maior popularidade e mais recentemente com o Guarda Júlio na série Bem-vindos a Beirais.
Pisou o palco pela primeira vez com 10 anos de idade numa récita da Casa do Gaiato de Setúbal onde viveu até aos 16. Concluiu a sua formação profissional no Teatro Animação de Setúbal. Participou em várias peças de teatro, nomeadamente de revista, e ainda em cinema e televisão. Para além de ator é também autor, encenador e produtor, tendo fundado em 1991 a CARTAZ – Produção de Espetáculos, empresa direcionada para a produção de eventos e serviços na área das Artes performativas.
O prato que destaca é o “Pica no Chão, que é o mesmo que cabidela sem frango de aviário”, mas o que tem dificuldade em parar de comer é…sopa de feijão com hortaliça. Diz que são “reminiscências…”
No que se refere às bebidas, tudo depende da ocasião mas “geralmente é água de verão e tinto no inverno”.
Quanto a aventurar-se na cozinha, a resposta é imediata: “ovos de tomatada, porque é rápido e eficaz”. Na mesma linha, considera que na despensa não pode faltar “uma lata de conserva e uma boa garrafa de tinto. Com isto faz-se uma festa”.
Os três restaurantes que recomenda são: O «Zé da Serra» em Vila Nova de Gaia, O «Pombalino» em Oeiras e «A Nova Bóia» em Setúbal.
Relação com a gastronomia e o vinho ?
Confesso que não me considero um especialista nessa matéria. Geralmente deixo essa tarefa para os enólogos portugueses que são dos melhores e reconhecidos internacionalmente. O que faço perante a situação é pedir um conselho avisado a alguém que saiba ligar o prazer da mesa com o melhor da vida. Só sei que a escolha foi a mais acertada quando a comida e o vinho são cúmplices numa simbiose perfeita.
Região preferida?
Por força das digressões e itinerância das peças de teatro que faço, percorro o País de Norte a Sul como diz a canção: ”da Madeira a Trás-os-Montes”, por isso não me é fácil eleger uma só região gastronómica como a mais favorita.
Na verdade, temos que contar com opções que vão da riqueza da mesa Minhota, ao consolo das carnes transmontanas, do engenho da gastronomia alentejana, ao bom sabor do peixe pescado nas nossas águas e servido por toda o Litoral e costa algarvia, do peculiar paladar do cozido das furnas açorianas à espetada em pau de louro madeirense…. e é melhor ficar por aqui!
Quanto à região vinícola é mais fácil porque vejo a minha escolha mais reduzida ao Douro e Alentejo. E, como não podia deixar de ser, o vinho da região de Setúbal. Não é a toa, aliás, que ele é regularmente distinguido e premiado.
O que gosta num restaurante
Um bom atendimento, um ambiente aprazível e confortável. Com uma luz adequada. E que tenha uma boa comida, naturalmente, variada e bem confecionada, ou não estivéssemos a falar de restaurantes.
Vão aparecendo recentemente propostas hibridas que juntam a função de restaurante com outras áreas de negócio como os livros e o teatro: enquanto se come assiste-se a uma performance, e essa prática agrada-me. O que não suporto e me custa a engolir é ver restaurantes em lojas de roupa.
O que não gosta num restaurante
Em primeiro lugar a falta de asseio, depois a falta de um sorriso que é sempre preciso para cativar o cliente e motivá-lo a voltar ao estabelecimento. Encaro a refeição como uma partilha, uma comunhão, como um encontro. E sendo assim, a refeição é uma festa e ninguém gosta de ter na sua festa uma pessoa azeda e carrancuda.
Muitas vezes o empregado de mesa vê a sua importância diminuída perante a estrutura e isso acontece pela falta de perceção de como a sua conduta pode ajudar na manutenção do negócio.
Publicado no Jornal dos Sabores em 2017