Desconhece-se a origem da receita, mas a venda de Cavacas nas Caldas da Rainha é atestada desde o final do século XIX.
Por volta de 1874, Jesuína da Conceição Garcia, abriu um comércio onde fabricava e vendia as “Genuínas Cavacas Finas das Caldas”, conforme os dizeres de uma tabuleta colocada à entrada. Com a morte de Jesuína Garcia, aos 65 anos, a sua sobrinha, Gertrudes da Conceição Garcia, tomou conta do negócio. Em 1923, a neta da fundadora, Maria Regina da Conceição Pereira, também abriu uma loja, no largo fronteiro à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pópulo, onde vendia este bolo. Entretanto, na rua em frente do Parque, a Antiga Casa Fausta, a laborar desde os finais do século XVIII, especializou-se no fabrico de vários doces da região, entre eles as Cavacas. Durante anos, as Cavacas eram também vendidas na Praça onde se realiza ainda hoje o mercado diário, expostas em grandes cestos de vime forrados de panos brancos, mas seriam, certamente, as chamadas Cavacas Saloias, que levavam mais claras de ovos. E à chegada dos comboios, na estação do caminho de ferro, também lá estava uma vendedeira, que percorria o cais de uma ponta à outra, apregoando aos viajantes: “Cavacas finas das Caldas!”. O processo de fabrico, hoje em dia, está facilitado, mas quem conhece o ofício recorda bem as exigências de outros tempos, pois, antes de haver máquinas, era preciso amassar durante cerca de três horas. Atualmente, são vários os estabelecimentos comerciais, quase todos localizados nas imediações do Hospital Termal, que fabricam e vendem estes bolos, já embalados em cartuxos de papel, e os turistas são os seus principais compradores.
Ingredientes
6 ovos; 1 dl azeite; 300 g farinha; 125 g açúcar; 1 colher sopa de fermento em pó; sal q.b.
Preparação
Para uma tigela, partem-se os 6 ovos que se ba¬tem muito bem, juntando-se-lhes, depois, o azeite. Continua-se a bater até tudo estar completamente misturado. A pouco e pouco, vai-se deitando a fari¬nha misturada com o fermento e uma pitada de sal. Bate-se com a mão fechada até que a massa fique branda e se comece a despegar das mãos. Coloca-se em seguida sobre a mesa, dando-se-lhe a forma de um rolo comprido. Corta-se este em rodelas de 2,5 cm que se colocam num tabuleiro bem polvilhado com farinha e se levam a forno forte a cozer. Depois de frias, pintam-se com calda de açúcar que se levou a ponto de espadana. A calda deve bater-se um pou¬co ao ser retirada do lume, para que fique opaca52.
Para acompanhar as Cavacas, recomendamos vinhos generosos, da Região dos Vinhos de Lisboa como o de Carcavelos, vinho meio doce e de uma bonita cor âmbar escura., ou o vinho licoroso de Óbidos, da zona do Sanguinhal e do Bombarral, que são vinhos velhos, muito bem feitos e com doçura equilibrada.
Texto e fotos: Livro ‘ Os Sabores da Nossa Terra’: Leaderoeste – Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural do Oeste.