//Carne picada é um “cocktail de bactérias e sulfitos”

Carne picada é um “cocktail de bactérias e sulfitos”

Estudo da DECO conclui que a carne picada dos talhos é má, apelando mesmo a que os consumidores não comprem este produto.

Esta é uma das várias análises da Associação de Defesa do Consumidor ao longo dos anos e a conclusão revela que a carne picada vendida nos talhos continua a apresentar resultados preocupantes.
O estudo agora tornado público revela que das 20 amostras recolhidas, em outubro de 2018, em 12 talhos da Grande Lisboa e oito do Grande Porto, apenas quatro foram consideradas de qualidade “razoável” e uma “boa”.

Considerado muito preocupante é o facto de 15 das amostras revelarem a existência de sulfitos, um conservante proibido e ainda, o registo de 17 talhos que não respeitavam a temperatura de conservação, que deve ser inferior a 2 graus centígrados, com alguns termómetros a ultrapassarem mesmo os 9 graus.
Nuno Lima Dias, responsável pela investigação, explica a preocupação com o facto de temperaturas muito elevadas levarem “ à rápida deterioração de um alimento já de si muito sensível”. A estas ‘preocupações’ acrescenta-se a existência de produtos de origem vegetal que não são autorizados na carne picada e uma deficiente conservação e higiene, já que apenas três dos estabelecimentos analisados passaram neste ponto.

A DECO refere também, que a “fiscalização é limitada e as sanções são pouco dissuasoras”, lembrando que em 2017 analisou 25 amostras, reuniu com várias entidades e participou na elaboração de folhetos informativos sobre as condições para se vender carne em qualidade mas, “pouco efeito parece ter surtido”.

Os resultados agora revelados deverão ser enviados pela DECO à Comissão de Segurança Alimentar, ASAE, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e associações representativas do setor.