Não é um petisco consensual e há mesmo quem os rejeite chamando ‘ranho’ ao muco que liberta.
Na verdade não são tão ‘nojentos’ como por vezes se argumenta e também não se justifica o tal «nome feio», existindo até há uma interessante justificação para chamar ao caracol um petisco asseado.
Muitas pessoas que não se atrevem a provar estes moluscos gastrópodes porque “passam por cima de tudo”, considerando-os, por isso, pouco asseados. Mas não há razão para tal preconceito. Vejamos:
Para evitar a desidratação, o caracol tem o corpo envolvido pelo tal muco já referido. Esse muco impede que o pé (toda a parte de baixo) toque na superfície por onde passa, funcionando como uma ‘sola de sapato’, permitindo que o caracol deslize facilmente evitando ferimentos e, portanto, sem tocar nas superfícies por onde passa.
O aspeto deste muco poderá igualmente provocar repulsa, mas não existem razões para tal pois é com esta substância que se faz a «baba de caracol» que é usada para regenerar a pele humana.
No Japão, por exemplo, um salão de beleza criou um novo serviço no qual são utilizados caracóis (caracoletas) para limpar a pele do rosto dos clientes. De acordo com uma funcionária do estabelecimento, o “rasto de muco” que os caracóis deixam, tem benefícios para a saúde da pele.
E fique a saber que na Idade Média as pessoas usavam a água onde os caracóis eram cozidos para tratar dores de garganta, bronquites e infeções gastrointestinais.
Chegou a época dos caracóis
Entre abril e agosto/setembro este é um petisco a que muitos milhares de apreciadores não conseguem resistir. Até há poucos anos, em Portugal, praticamente só do Tejo para baixo se comiam caracóis, uma situação que se alterou e, por esse país acima, já se encontram muitos cafés, snack bares e mesmo restaurantes populares com a tabuleta «HÁ Caracóis».
O caracol, que é consumido há mais de 2 mil anos, tem como principal constituinte a água, é rico em proteínas e pobre em gorduras, contendo sais minerais, como magnésio, ferro, zinco e cobre que garantem a saúde do organismo.
Registe-se que mesmo os caracóis comidos nos cafés e restaurantes têm um baixo valor calórico portanto, não engordam. Já a cervejinha e o pão com manteiga, dependendo da quantidade, pode ter esse efeito.
Como exemplo, quando comparado com outros moluscos, 100 gramas de caracóis fornecem 98 quilocalorias, menos 33 do que a mesma quantidade de amêijoa e menos 21 do que a de berbigão.
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