A Confraria do Bucho de Arganil trouxe à capital, o melhor do interior de Portugal.
E o melhor das regiões do interior está nas suas gentes e nos seus fantásticos produtos genuínos, como ficou provado no XI Capítulo daquela confraria, realizado em Lisboa no passado dia 20 de janeiro. Foi uma verdadeira jornada de ‘tributo’ ao associativismo reforçada pela «partilha» do programa entre a Casa do Concelho de Góis (município vizinho) e a Casa da Comarca de Arganil, ambas na baixa lisboeta.
Como referiu Miguel Ventura, presidente do Conselho Fiscal da confraria, tratou-se de “valorizar e promover esta especialidade gastronómica como instrumento de desenvolvimento local e uma forma de marcar o presente com a homenagem ao passado do regionalismo e evidenciar a esperança no futuro de um território que não pode e não merece morrer”.
O programa teve início com uma receção às confrarias e outros convidados na Casa do Concelho de Góis, seguido de um «Bucho de Honra» onde, para além das três variedades de buchos ‘ancorados’ à Confraria de Arganil, a mesa apresentava outras delícias gastronómicas daquele concelho.
Ao ‘tributo ao associativismo’, numa intervenção do confrade Manuel Fernandes, seguiu-se a cerimónia de entronização de Manuel Nunes e Mariano Canales como novos confrades efetivos e como confrades de honra, a Casa do Concelho de Góis, na pessoa do seu Presidente José Dias Santos e o jornalista Amílcar Malhó.
A seguir, os membros da confraria anfitriã, autarcas de Arganil, presidentes das Casas Regionais onde decorreu o programa e dezenas de confrades em representação de confrarias de vários pontos do território nacional, assistiram ao lançamento do livro da autoria do Confrade – A.C. Quaresma Ventura ‘Farturas : Doce de Lisboa (Contributo da Beira-Serra)’. Uma obra muito interessante que nos permite perceber como “ beirões dos concelhos de Arganil e Tábua conseguiram, em finais do séc. XIX, criar a partir de uma atividade artesanal uma indústria que alcançou projeção nacional: as Farturas”, escreve Fernanda Dias, Mordomo-Mor da Confraria do Bucho de Arganil, na introdução à referida referida obra.
Depois de um desfile das todas as confrarias acompanhado pelo Grupo de Concertinas da Casa da Comarca de Arganil que «agitou» comerciantes e transeuntes da Rua de Santa Marta, realizou-se na Associação de Arganil um almoço composto por: Degustação de Buchos nas entradas, ‘Torresmos à Beira-Serra’ (com batata corada, grelos e castanhas) como prato principal, acompanhados por um excelente vinho tinto da Casa da Carvalha (outro produto regional ancorado à Confraria). Na sobremesa a Tijelada de Torrozelas (mais um produto ancorado à Confraria) e Farturas (o ‘tal’ Doce de Lisboa com o Contributo da Beira Serra).