Documento apresenta um conjunto de considerações resultantes da experiência vivida na Península de Setúbal.
Decorreu nos dias 30 e 31 de janeiro a primeira iniciativa integrada no projeto liderado pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e Associação das Rotas de Vinhos de Portugal (ARVP).
Com o apoio da Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal (ARVPS) e municípios de Palmela, Setúbal e Montijo, da missão de Benchmarking Enoturístico na Península de Setúbal composta por mais de três dezenas de participantes que visitaram empresas da região, resultou um documento do qual apresentamos alguns excertos:
A região da Península de Setúbal, beneficiada por dois ex-líbris naturais como o Rio Sado e a Serra da Arrábida, é um local emergente no turismo nacional, ao mesmo tempo que é também uma presença cada vez mais expressiva no mapa da vitivinicultura e da gastronomia nacional.
O trabalho de promoção do território centra-se num conjunto de atividades multifacetado e distribuído ao longo do ano. Entre essa oferta destacam-se: Provas de Vinhos, Cruzeiros Enoturísticos no Sado, atividades de Vindimas e Adiafa, Jantares Vínicos e os concertos “Sons do Vinho” realizados nas adegas.
Parcerias
Reconhecimento generalizado sobre a relevância do enoturismo enquanto alavanca da economia local; Entendimento da importância do papel de cada entidade para articulação do trabalho de forma integrada e organizada; Existência de planeamento e promoção do território por parte dos municípios; Parcerias com operadores turísticos potenciando a estruturação de um produto enoturístico a nível nacional; Densificar parcerias é a chave para mais e melhor desenvolvimento, também no enoturismo.
Gestão e Infraestruturas
Reconhecimento de diferentes níveis de desenvolvimento: projetos na fase inicial, projetos em crescimento e projetos em plena fase de sustentabilidade (Herdade do Canal Caveira face a José Maria da Fonseca).
Boa estruturação nas âncoras de Informação e promoção de vinhos, com destaque para a Casa Mãe da Rota de Vinhos, em Palmela, sede da ARVPS e para a Casa da Baía, em Setúbal.
Potencial para fixação de um polo de informação / venda / promoção de vinhos e produtos regionais no litoral alentejano, Grândola, por exemplo, a partir da Casa Mostra de Produtos Endógenos.
Importância de sensibilização das Infraestruturas de Portugal no sentido de obtenção de uma sinalização integrada e eficiente, com identidade regional; Continuar e intensificar processo contínuo de Formação; Importância de sensibilizar os empregadores a apostarem em recursos humanos e técnicos qualificados.
Sustentabilidade e acessibilidade
Proximidade à capital enquanto grande polo de captação e fluxo de turistas; Proximidade às praias e às serras, num território diversificado, com fortes recursos endógenos, que lhe conferem importante contributo para a sustentabilidade ambiental; Desafio de desenvolver um turismo acessível, verificando-se carências na acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida; Existência de projetos de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social (Herdade do Canal Caveira e Casa Ermelinda de Freitas); Empreendedorismo ativo no enoturismo, com projetos criativos e inovadores.
Produtos enoturístico
Produto enoturístico muito ligado à visita à adega e a prova e venda de vinhos; Desafio dos produtores desenvolverem experiências de visitação e informação em torno dos processos vínicos.
Verificação de oferta de experiências diversificadas, tais como a pisa da uva, a vindima, os Sons do Vinho. Importância da inovação no desenvolvimento de experiências enoturísticas: por exemplo, Comemoração do Dia da Espiga.
Boa oferta na rede museológica temática, com a Casa Museu José Maria da Fonseca e Espaço de Memórias e Afetos, da Casa Ermelinda de Freitas.
Dias e horários de receção definidos e comunicados, com abertura aos Domingos e Feriados.
Existência de alojamento enoturístico agregado à oferta.
Desenvolvimento de outros serviços complementares, como restauração ou recurso a serviços de catering.
Rota das Vinhas do Pó, exemplo falado, não visitado, de um produto de enoturismo criado de forma integrada, que envolve três produtores: Casa Ermelinda Freitas, Fernão Pó Adega e Filipe Palhoça Vinhos, empresa de transferes, CP, Município de Palmela, ARVPS e empresa de Consultoria em Turismo.
Marketing
Desafio de maior desenvolvimento de marketing turístico. Atualmente (nos casos visitados) muito assente no Google e redes sociais. Verifica-se escassez de estrutura de comunicação mais eficaz para o público.
Relacionamento forte com setor público, permitindo usufruir de parcerias nacionais e internacionais.
Aceitação da importância e relevância do enoturismo enquanto parte integrante da estratégia de marketing da empresa.
Edição de calendário anual de eventos ligados à oferta enoturística.
Desafio de introdução de mais soluções de TIC na visitação (novas tecnologias de informação e do conhecimento, audiovisuais, realidade virtual, realidade aumentada…).