//Bebidas alcoólicas (cerveja) nos estádios

Bebidas alcoólicas (cerveja) nos estádios

Dos 18 clubes da I Liga, 14 são patrocinados por uma marca de cerveja e apenas um, o Tondela, é apoiado por uma marca de vinho.

O assunto foi colocado na agenda ‘mediática’ por Miguel Cal, administrador do Sporting, através de declarações à Lusa, onde afirma que o clube de Alvalade quer a permissão de venda de bebidas alcoólicas nos estádios “para aumentar receitas, melhorar a experiência em dia de jogo e baixar riscos de segurança”. O dirigente sportinguista sublinhou que a pretensão não é exclusiva do Sporting e que “está mesmo a ser liderada pela própria Liga”.

O objetivo é conseguir uma alteração à lei atual, para permitir o mais rapidamente possível a venda de bebidas fermentadas de baixo teor alcoólico nos recintos desportivos em Portugal. Tendo em conta o número de equipas apoiadas por marcas de cerveja, é evidente que a alusão a “bebidas fermentadas de baixo teor alcoólico” encaixa perfeitamente naquela bebida. O assunto estará já em apreciação no Parlamento português.

O argumento dos leões é a necessidade de aproximar Portugal das “melhores práticas internacionais”, indicando quatro razões principais, uma delas relacionada com os patrocínios aos clubes de futebol. Recorde-se que, para além dos clubes, também a Federação Portuguesa de Futebol é apoiada, até 2024, por uma marca de cervejas (Sagres), nomeadamente a seleção A, a seleção nacional feminina de futebol, a seleção nacional de sub 21, a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira.

Na verdade, todos sabemos que desde sempre se consomem bebidas alcoólicas nos camarotes dos estádios, o que acaba por ser uma discriminação, para além do consumo nas muitas rulotes que se encontram nas proximidades dos estádios.
Recorde-se que a alteração por parte da UEFA do regulamento de segurança para as competições europeias, realizada em junho de 2018, já permite a venda de álcool nos jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, desde que seja permitida pela lei de cada país.

Quanto à possibilidade de aumento dos riscos de insegurança, o dirigente sportinguista defendeu que se passa “exatamente o contrário”, aludindo mesmo a estudos que mostram que a entrada ordeira nos estádios, em vez de acontecer em cima da hora do jogo, permite maior rigor na revista de segurança.