//Bananas e Moscatel de Setúbal no Natal de Braga

Bananas e Moscatel de Setúbal no Natal de Braga

Milhares de pessoas vão voltar a encontrar-se no «Bananeiro», na tarde da véspera de Natal, para manter um hábito com quatro décadas.

Tratando-se de algo que começou na década de 70 do século passado, provavelmente já se pode falar de uma tradição natalícia bracarense.

Em dezembro de 2015 a SIC Notícias referia numa notícia:

”Em Braga, manda a tradição que se comam bananas servidas com moscatel de Setúbal. A história remonta à década de 70 do século passado, quando o dono da Casa das Bananas resolveu montar um balcão, em plena rua do Souto, para dar a provar o famoso Moscatel. Para que a bebida não caísse na fraqueza – como se costuma dizer – os fregueses serviram-se do que havia mais à mão: as bananas de Manuel Rio, reputado comerciante de Braga que, entretanto, deixou o negócio ao filho. A moda pegou, e hoje, milhares de pessoas acorrem ao bananeiro da Rua do Souto para cumprir o ritual das tardes de 24 de dezembro.”

A «coisa» pegou mesmo quando antigos colegas de liceu do filho, que entretanto pegou no negócio, decidiram começar a juntar-se na Casa das Bananas em convívio, a pretexto do Natal, brindando com um cálice de moscatel… acompanhado de uma banana.

O convívio deste pequeno grupo de jovens amigos começou a ser imitado por outros grupos de clientes passando, de ano para ano, a ser um ponto de encontro de bracarenses. Hoje, sabe-se de amigos que só ali se encontram, uma vez por ano, num costume que transmitido entre pessoas da comunidade acabou por se transformar numa tradição natalícia.

Na verdade esta ‘inusitada harmonização’ continua, ano após ano, a concentrar na porta da Casa das Bananas e ao longo de toda a rua, não apenas gentes de Braga, mas muita gente que faz questão de manter este hábito, ou tradição.

Como publicava o JN em dezembro de 2010:
…a Rua do Souto e Largo do Paço são pequenos para os milhares de “foliões” que, de copito de moscatel numa mão e banana na outra, vão-se juntando durante a tarde nas imediações. Seja de gorro de Pai Natal ou de concertina e viola braguesa, as gentes apressam o encerramento do trabalho para pré-aquecer a noite de Natal no Bananeiro. “Hoje em dia já noto que há pessoas que vêm de outros lados, como do Minho até aqui, inclusive, até há excursões”, revelou Jorge Rio, o tal que recebia ali os amigos de liceu.