A Irlanda já deu o primeiro passo para mais um ataque ao vinho, entre outras bebidas alcoólicas.
Depois de aprovada na Irlanda uma lei que praticamente coloca o álcool ao mesmo nível do tabaco, a indústria das bebidas ficou em alerta e os produtores e comercializadores de vinho, nomeadamente irlandeses, mostram-se muito preocupados.
Com a aprovação desta lei, os irlandeses vão passar a ser confrontados com alertas de perigo de cancro nos rótulos das garrafas de bebidas alcoólicas e, ao que parece, a Escócia está a preparar-se para seguir o exemplo. Por enquanto o ‘ataque’ está no norte da Europa, mas teme-se que possa «contagiar» outros países importadores de vinhos portugueses.
Em entrevista ao Observador George Sandeman diz mesmo que o setor do vinho “está em risco” e que se pretende criar um ambiente mais restritivo para o vinho com o objetivo de “impor uma cultura do norte sobre os países do sul da Europa”.
George Sandeman considera mesmo que a mensagem nos rótulos a seguir o exemplo do que se faz com o tabaco “é errada” pois enquanto um baixo consumo de tabaco continua a ser prejudicial, há vários estudos que demonstram que um consumo moderado de vinho pode até ser benéfico para a saúde.
Ao Expresso, Ana Isabel Alves, secretária-geral da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV) afirmou que se trata de “terrorismo no consumo” pois é “uma informação incompleta, errada e não fundamentada”, afirma.
Ana Isabel Alves consegue, ainda assim, encontrar uma notícia positiva já que “a ideia inicial para que a mensagem viesse a ocupar no mínimo 1/3 dos rótulos caiu” e acrescenta que Portugal foi uma das poucas vozes na Europa a contestar a nova legislação irlandesa, através do TRIS – Technical Regulations Information System, ou Sistema de Informações sobre Regulamentações Técnicas.
Embora ainda não esteja definido o tipo de mensagens a incluir nos rótulos das garrafas na Irlanda, teme-se que possa existir a tal associação com os efeitos do tabaco, nomeadamente com a exibição de imagens chocantes.
Para já, a maior preocupação do setor em Portugal é que estas medidas venham a ser introduzidas em países para onde as exportações dos nossos vinhos são significativas.
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