A subida no preço da farinha e o aumento do salário mínimo são os motivos apresentados
É a Associação dos Industriais da Panificação, Pastelaria e Similares do Norte quem lança o ‘aviso’, justificando o possível aumento com a subida de 10% no preço da farinha e a atualização do salário mínimo para 600 euros a partir de 1 de janeiro.
“As empresas estão a absorver os seus custos de produção e estão também a tornar-se muito mais eficientes. Não sei qual será o papel dos empresários, mas acredito que possam ter que repercutir isso no preço dos produtos comercializados”, disse à Lusa o presidente da associação.
Quanto ao valor dessa subida de preços, António Fontes disse ser difícil fazer uma estimativa exata pois essa decisão está dependente dos diversos empresários e das diferentes tipologias de pão.
O presidente da associação prevê que 2019 venha a ser um ano de grandes dificuldades para o sector, tendo em conta que as empresas estão a produzir menos e a diminuir os recursos humanos.
Uma das razões apontadas para as dificuldades que estão a ser sentidas pela indústria tradicional da panificação é o “o crescimento constante e permanente” dos grandes grupos económicos, acrescentando António Fontes que “até há pouco tempo, a padaria estava ausente destes espaços, mas agora parece ser predominante para a grande distribuição. A preocupação mantém-se”, sublinhou.
Para fazer face às dificuldades, diz António Fontes, o comércio tradicional de pão deve manter a qualidade, de modo a que o produto seja distinguido no mercado.
“Se cada vez mais convivemos num país em que o turismo é fundamental, não podemos dar aos turistas pão produzido noutros países. Temos que lutar com todo o nosso esforço e empenho para que produtos tradicionais portugueses, nomeadamente o pão, que tem um papel fundamental na gastronomia, seja um produto reconhecido”, concluiu.
Fonte: Lusa