O ‘escaldão’ causou prejuízos acima dos nove milhões de euros aos produtores de vinho da região de Lisboa.
O presidente da Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa (CVRL), Bernardo Gouvêa, disse à agência Lusa que o levantamento, enviado aos organismos dependentes Ministério da Agricultura, aponta para “uma perda de 30% da produção” em relação ao ano passado.
Os prejuízos, segundo o dirigente, ultrapassam os nove milhões de euros. “Há viticultores que foram afetados de forma dramática, ao perderem grande parte da produção, depois de um ano em que tiveram vários tratamentos nas vinhas”, com custos, sublinhou, adiantando que Arruda dos Vinhos, Alenquer, Torres Vedras e Bucelas (Loures), no distrito de Lisboa, foram as zonas mais afetadas desta região vitivinícola.
De acordo com a CVR de Lisboa “a maior parte dos produtores não tem seguros” e, entre aqueles que têm, os seguros não cobrem o ‘escaldão’ (efeito do calor na fruta) “por ser um fenómeno raro na região”. Contudo, “da parte do Governo há dificuldades em apoiar de outra forma que não seja pelos seguros existentes”. Em paralelo, a CVR de Lisboa está a trabalhar para “adaptar os seguros à realidade das alterações climáticas e para conseguir seguros para os produtores a custos mais baixos”.
A região dos vinhos de Lisboa é a maior exportadora nacional de vinhos certificados e a segunda maior do país em área de produção, com 18 mil hectares de vinha. Possui oito vinhos com Denominação de Origem (Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Óbidos, Encostas D’Aire, Bucelas, Carcavelos, Colares), dois vinhos regionais de Lisboa (sendo um deles o único leve do país) e uma aguardente (Lourinhã) com Denominação de Origem. A CVR de Lisboa é a entidade responsável pela promoção e certificação dos vinhos daquela região.